Estudo Bíblico Atualidade dos Dons Espirituais

 
Batismo no Espírito Santo
Dom de Línguas
Onde estão na Bíblia as promessas de batismo no Espírito?
R –
Isaías 44.3; Joel 2.28-29; Mateus 3.11; Lucas 24.49.
 

Quando se iniciou o cumprimento dessas promessas?
R
- Iniciou-se por ocasião do Pentecostes (Atos 2.1-4), a segunda grande festa sagrada do ano judaico. Cinqüenta dias após a Páscoa iniciava-se a festa de Pentecostes, também chamada Festas das Colheitas; Pentecostes deriva do grego “penteekostos”, que significa qüinquagésimo. Leiam: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2.4).
 

Houve alguma promessa para que esse batismo ocorresse em gerações futuras?
R –
Sim. Atos 2.39: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor chamar”.
 

Quais os exemplos de batismos após o Pentecostes?
R –
EXEMPLOS BÍBLICOS: (a) EM SAMARIA - Atos 8.5-17. Aqui temos o registro detalhado do batismo de irmãos que já eram crentes em Jesus e haviam sido batizados nas águas (vs. 8,12,14). “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus. Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo”(At 8.14-17). Portanto, foi uma experiência posterior a Pentecostes e distinta da salvação em Cristo Jesus.
 
(b) NA CASA DE CORNÉLIO – Atos 11.13-15 – Aqui o relato de salvação e batismo simultâneos: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós a princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 11.15-16). Aqui Pedro declara que o batismo naquela casa tinha sido igual ao do dia de Pentecostes: “como também sobre nós a princípio”.
 
(c) SAULO – Atos 9.10-18 – Saulo já era crente (v. 6,15), porém: “E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo [outra prova de que Saulo já era irmão em Cristo], o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver E SEJAS CHEIO DO ESPÍRITO SANTO” (At 9.17). Experiência posterior a Pentecostes. A missão de Ananias não era pregar a Palavra ou levar Saulo à conversão, mas somente restabelecer a sua visão e enchê-lo do Espírito.
 
(d) OS DISCÍPULOS EM ÉFESO – Atos 19.1-7 - O fato ocorreu 25 anos depois do batismo coletivo em Pentecostes (Atos 2.4), já na terceira viagem missionária de Paulo. Vejamos: “Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado pela estrada do interior, chegou a Éfeso. Aí achou alguns discípulos e perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes eles: Em que fostes batizados, então? Responderam: No batismo de João. Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, Jesus. Quando ouviram isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus”. Antes de darmos prosseguimento, devemos verificar que as Boas Novas não haviam chegado àqueles discípulos de João Batista, que eram gentios. Tinham sido batizados em nome do Pai, de conformidade com o batismo de João. Então Paulo anunciou a vinda, a morte e ressurreição de Jesus, e eles ouviram, creram e foram batizados (v. 5). Paulo não se limitou a isso. Desejava que eles recebessem a plenitude do Espírito, tal como ele próprio recebera: “E, impondo-lhes as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam”(v.6).
 
EXEMPLOS NÃO BÍBLICOS – Milhões de casos. Não há estatísticas sobre o assunto, mas com certeza há no Brasil milhões de irmãos batizados no Espírito Santo, ou seja, que passaram pela mesma experiência dos discípulos no dia de Pentecostes e de outros em anos posteriores, como acima relatado.
 

Quem batiza no Espírito Santo?
R –
O Senhor Jesus: “Ele [Jesus] vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”(Lc 3. 16; Mt 3.11; At 2.32-33).
 

Quem pode ser batizado?
R –
Somente os salvos, ou seja, os crentes em Jesus. Todos os casos bíblicos ocorreram após haverem recebido a Palavra, ou simultaneamente. (At 2.38-39). Quais as condições para o batismo? Buscar, ter sede: “Se alguém tem sede vem a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele dizia do Espírito que haviam de receber os que nele cressem. O Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado” (Jo 7.37-39). Mas não existe um método especial. Deus é soberano na sua vontade. Ele batiza quem quer, como, onde e quando quer.
 

Irmãos de Igrejas não pentecostais podem receber o batismo?
R –
Podem, e muitos recebem. Alguns continuam na sua própria congregação, outros, por diversos fatores, vão para igrejas pentecostais. Muitos são os exemplos de batismo de irmãos não pentecostais.
 

Qual a evidência desse batismo?
R –
A evidência bíblica é o falar em línguas. O falar em línguas é um dom? É e está em 1 Corintos 12, onde se lê também acerca dos demais dons. Esses dons estão disponíveis hoje, ou só foram concedidos no tempo de Jesus? Todos os dons ali relacionados estão em vigor, não caducaram. A Carta aos Corintos foi escrita em 55/56 anos depois de Cristo, e ali Paulo declara que existe diversidade de dons e de ministérios (v. 4,5). Ademais, Paulo diz que “gostaria que todos vós falásseis em línguas, mas muito mais que profetizásseis [outro dom]”. (1 Co 14.5). E manifesta sua alegria em falar em línguas: “DOU GRAÇAS AO MEU DEUS, PORQUE FALO EM OUTRAS LÍNGUAS MAIS DO QUE TODOS VÓS” (1 Co 14.18). Como se vê, Paulo falava em línguas por onde andava e incentivava os irmãos a fazerem mesmo. Jesus declarou que o dom de variedade de línguas estaria disposto a todos os que cressem (Mc 16.17). Qual a finalidade desse dom? Paulo responde: “O que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus. Com efeito, ninguém o entende, e em espírito fala mistério. O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co 14.2,4).
 

O batismo no Espírito Santo é condição para a salvação?
R –
Não. Somos salvos pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus. Pentecostais e não pentecostais são salvos em Cristo, irmãos em Cristo. Então para que serve o batismo no Espírito? O apóstolo Paulo responde dizendo que toda manifestação sobrenatural do Espírito é dada a cada um para o que for útil (1 Co 12.7). Se não tivessem nenhuma utilidade, Deus não concederia tais dons. Também não os teria prometido. Também não teria derramado do seu Espírito sobre os discípulos no Pentecostes. Uma das finalidades é receber poder. Vejam: “Não vos ausenteis de Jerusalém, mas esperai a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Pois João batizou com água, mas vós sereis batizados com o espírito Santo, não muito depois destes dias. MAS RECEBEREIS PODER, AO DESCER SOBRE VÓS O ESPÍRITO SANTO...” (At 1.4,5,8).
 

O que sente o crente na hora do batismo?
R –
Essa pergunta eu fiz a uma centena de irmãos, antes de escrever uma apostila sobre o assunto. Nenhum deles soube descrever com segurança o que se passou no seu corpo, alma, espírito. A verdade é que receberam uma infusão de alegria. Algo indescritível e, até certo ponto, incontrolável.
 

Para expulsar demônios e curar enfermos precisa ser batizado no Espírito?
R –
Jesus outorgou tais poderes a todo aquele que crê (Mc 16.17-18).
 

Devemos buscar os dons espirituais?
R –
Paulo responde: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar... o que profetiza, fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.1,3).
 


ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
Este estudo contempla questões levantadas por vários irmãos.
Qual a diferença entre batismo no Espírito Santo e dom de línguas?
R –
Expressões equivalentes a batismo no Espírito: “Ser cheio do Espírito” (At 2.4; 9.17) “Receber ou descer o Espírito” (At 8.15-16; 19.2); “Cair ou derramar o Espírito Santo” (Joel 2.28-29; At 2.17; 10.44-45; 11.15); “Batizar com o Espírito Santo” (Mt 3.11; Jo 1.33; At 11.16). O Batismo é uma experiência especial e sobrenatural. O falar em línguas é uma manifestação do Espírito, um dom (1 Co 12.7, 10).
 

Por que só o dom de variedade de línguas é uma evidência do batismo, se existem outros dons mais nobres?
R –
A vida espiritual do crente deve ser um crescer constante. A Bíblia diz para crescermos na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18); “Jesus crescia em sabedoria” (Lc 2.52); devemos crescer em nossa fé (2 Co 10.15; Lc 17.5). Deus concede inicialmente ao recém-batizado um ou mais dons, mas nada impede que o crente continue crescendo, “procurando com zelo os melhores dons” (2 Co 12.31; 14.1). O apóstolo Paulo diz que “as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis” (1 Co 14.22), que passam a compreender porque o Reino de Deus é diferente do reino das trevas. Para os crentes, as línguas significam que o Espírito está sendo derramado (At 10.44-46; 11.15-17).
 

Por que considerar o batismo no Espírito Santo uma doutrina se essa experiência está circunscrita ao livro de Atos e aos primeiros passos da Igreja?
R –
Se o cânon do Novo Testamento só fosse selado após o último batismo no Espírito Santo, ainda continuaria aberto, pois a Igreja continua RECEBENDO o Espírito. Ademais, Paulo não declara que o falar em línguas tenha sido um privilégio da igreja em Corinto. Se dermos curso ao raciocínio de que a experiência ficou restrita àqueles irmãos, deveríamos então desconsiderar não só as cartas aos coríntios, mas a enviada aos romanos, aos filipenses, aos colossenses, e outras. O registro detalhado da experiência em Atos não significa dizer que ficou ali circunscrita. Seria desnecessária a continuação dos registros. Mas o assunto é tratado também em I e II aos Coríntios; em Joel 2.28, como promessa; em Marcos 16.17, na palavra de Jesus; em João 1.33, na palavra de João Batista; em Romanos 1.11 e 12.6, na palavra de Paulo, desejoso de que houvesse fortalecimento espiritual, e confirmando a variedade de dons e o de profecia.
 

Jesus falou em línguas?
R –
A Bíblia nada diz a respeito. Cremos que não, porque a promessa era para uma ocasião futura (Jl 2.28; Mc 16.17; At 2.4,16). Outra razão: o falar em línguas serve à edificação própria, do próprio crente, porque fala em espírito, em mistérios, com Deus (1 Co 14.2,4,14). Jesus não precisava de tal edificação.
 

Há um local determinado para recebermos o batismo?
R –
Não. O crente pode receber o Espírito em qualquer lugar, mas o local mais apropriado é num ambiente de oração. Pode ser com ou sem imposição das mãos.
 

Quando a pessoa aceita Jesus como Senhor e Salvador recebe o Espírito. Por que receber o Espírito outra vez? Seria um reforço da graça?
R –
A finalidade desse batismo está expressa nas palavras de Jesus: “Envio sobre vós a promessa de meu Pai; mas ficai na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49; At 1.4-5). Antes de Sua ascensão, Jesus soprou sobre os discípulos e estes receberam o Espírito, para regeneração (Jo 20.22), cumprindo a promessa de que o Espírito habitaria neles, como habita em nós (Jo 14.17). Os interessados poderão aprofundar-se no estudo dessa passagem, em que Jesus, ressurreto, sopra sobre os discípulos para dar-lhes uma nova vida espiritual. No segundo momento, Jesus diz que “não muito depois desses dias” eles seriam batizados no Espírito Santo, em cumprimento à promessa do Pai (At 1.4,5; 2.4,16,17,18). Não entendemos este batismo como uma nova salvação. Entendemo-lo exatamente nos termos usados por Jesus: revestimento de poder. O termo REVESTIR é assim definido no dicionário Aurélio: “1. Tornar a vestir; 2. Vestir; 3. Estender-se por sobre; cobrir; tapar; 4. Atribuir a si; 5. Tornar estável, firme, resistente; solidificar...”. Cremos que a definição mais apropriada para o batismo no Espírito Santo seria então o de dar uma cobertura, uma sobrecapa para tornar mais firme e resistente. Num exército, todos são soldados defensores da pátria, mas os que seguem para a linha de frente recebem adestramento, armadura, suporte e armas específicos.
 

Qual a finalidade do dom de variedade de línguas?
R –
Falar em espírito com Deus sem usar o seu idioma pátrio, pelo que se edifica a si mesmo (1 Co 14.2,4,14). Todavia, essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra (1 Co 13.1). Os crentes de Corinto estavam exagerando no uso do dom de línguas em detrimento dos outros dons. Para corrigir, Paulo deu a seguinte orientação: a) a profecia é mais importante para a igreja porque exorta, edifica e consola;dela todos se beneficiam (1 Co 14.3). Os irmãos não devem pensar apenas na sua edificação; b) para que os benefícios se estendam ao maior número possível, aquele que fala em línguas, ore para receber o dom de interpretação (1 Co 14.13), se é que “desejais dons espirituais, procurai abundar neles para edificação da igreja” (1 Co 14.12). Em nenhum momento Paulo despreza ou desestimula o uso do dom de variedade de línguas. Ao contrário, ele agradeceu a Deus porque falava muito em línguas (v. 18) e disse que “gostaria que todos falassem em línguas”, mas que também houvesse muito mais profecia (v.5). Para benefício da Igreja – e essa orientação vale para hoje – convém que haja intérprete; se não houver intérprete, melhor que fiquem em silêncio, falando consigo e com Deus (v.28). Por fim, uma recomendação do apóstolo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas, mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.39-40). Ou seja: usemos todos os dons para que o Espírito se manifeste, mas em ordem.
 

A única evidência do batismo é o falar em línguas?
R - O que a Bíblia nos mostra como evidência do batismo no Espírito Santo é o falar em línguas. Em Atos 10.44-46 vemos que "os fiéis que eram da circuncisão" se maravilharam ao presenciar o derramar do Espírito sobre os gentios. Como eles souberam? "POIS OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS". Então, ficaram cheios de unção para engrandecerem a Deus. (v.46). No caso de Simão, a mesma coisa. Simão viu ou ouviu alguma coisa que evidenciou a descida do Espírito aos de Samaria (Atos 8.15-18). Em Pentecostes, a evidencia maior foram as línguas (Atos 2.4). O batismo dos efésios também foi seguido pelo falar em línguas (Atos 19.5-6). Todavia, creio que o Espírito não está limitado a determinadas fórmulas. É possível que um crente seja batizado e somente depois de algum tempo haja a manifestação vocal e sobrenatural das línguas ou de outros dons. Mas como determinar se o irmão foi batizado no momento em que começou a falar em línguas ou no momento em que sentiu algo estranho? Particularmente não conheço casos de batismo sem o dom de línguas, até porque na ocasião do batismo, além das línguas, nem sempre há manifestações físicas visíveis. Resumindo, o falar em línguas estranhas é uma evidência segura de que o irmão foi batizado no Espírito Santo. Não estamos falando em falar línguas decoradas ou em imitações grosseiras. Quem tem discernimento sabe distinguir uma coisa da outra.
 
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa