Um Vence Mil e Dois Dez Mil


“Como poderia ser que um só perseguisse mil, e dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, e o SENHOR os não entregara” Deuteronômio 32.30

Introdução: As promessas de Deus o Pai ao seu povo é tão grande que é difícil a nossa capacidade de assimilá-la, pois, em qual lugar, ou ainda qual será o deus que se assemelhará ao Criador e Senhor de todas as coisas, cujas promessas ao seu povo são tão riquíssimas que causa espanto; perceba: “Um persegue mil e dois faz fugir dez mil” (Deuteronômio 32.30). Como não se espantar? Logo, Ele esta dizendo eu dou poder e força ao meu povo, mas isto não é tudo, ainda o vemos dizer: “O Senhor vos aumente mil vezes o que sois” (Deuteronômio 1.11), e ainda o vemos dizer: “O Senhor faz misericórdia e guarda a aliança até mil gerações dos que lhe amam e guardam seus mandamentos” (Deuteronômio 7.9). Sim queridos, as benção de Deus são “Recalcada, sacudida e transbordando” (Lucas 6.38), e dentro deste tema de benção eu chamo a sua atenção para a capacidade dada por Deus aos seus servos de enfrentar as maiores batalhas e sempre saírem vencedores, porquanto diz: “Em todas estas coisas somos mais que vencedores por aquele que nos amou” (Romanos 8.37). Agora eu pergunto: Quais são as batalhas que enfrentamos? E quando foi que um crente em Jesus vivendo em nossa era, precisou lutar contra mil? Ou quando fez correr dez mil? Diante destas questões eu te convido a acompanharmos pela Bíblia Sagrada, o quão sublime e perfeito são os planos de Deus para seu povo na hora da batalha, pois, a guerra não acabou apenas mudou-se o campo de batalha.

Esboço:
- A Benção da Multiplicação em Mil e Dez Mil
- As Forças Aumentadas
- As Armas de Jesus Cristo
- O Amor Como Legado
- O Perdão Como Legado
- A Compaixão Como Legado
- Conclusão

A benção da multiplicação em mil e dez mil

A benção da multiplicação em mil e em dez mil, está diretamente ligada à capacidade de multiplicação numérica tratando-se de filhos e filhas e a capacidade de oposição a todos os inimigos (Deuteronômio 1.11; 32.30).

A multiplicação

Esta benção teve sua validade confirmada em Abraão, Isaque e Jacó que teve seus descendentes extremamente multiplicados mesmos com, guerras, perseguições, cativeiros e muitas outras aflições que não se nomeia tratando-se de pestes e doenças,porquanto as promessas de Deus permanecem firmes diante de todas as adversidades. Logo, findando a Antiga Aliança (Velho Testamento), Deus o Pai, na plenitude dos tempos revelou seu Filho Jesus o Cristo (Gálatas 4.4), como disse Paulo pelo Espírito; onde Jesus Cristo nos trouxe gratuitamente a benção da Nova Aliança (Novo Testamento), que foi capaz de substituir o antigo, pelo novo, ou seja, o homem deixaria de viver pelas obras da Lei, e passaria a viver pela fé no Filho de Deus sem as obras da Lei. E por viver pela fé em Jesus o Cristo seria livre de todas as maldições prevista na Lei, sem deixar de desfrutar das mesmas promessas, a saber: As benções da multiplicação em números e em força observem: “E crescia o numero dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia a fé” (Atos 6.7; Mateus 16.18). É fato! Que muitas foram às crises, perseguições e mortes isto; estando eles em suas próprias casas, em prisões e nas arenas servindo de espetáculos aos seus espectadores, todavia, a promessa de Deus permanece fiel e os discípulos continuaram crescendo e se multiplicando por todas as nações e nenhuma porta do inferno pode e nem poderá jamais; deter a igreja de Jesus Cristo que é o cabeça (Efésios 1.20-22).

As Forças aumentadas

Assim como Deus o Senhor deu ao povo da Antiga Aliança qualidades necessária para vencer os maiores inimigos isto falo de: fé, coragem e animo multiplicadas mil vezes de tudo àquilo que já possuía, estas mesmas promessas são reais para nós que cremos em Jesus o Filho de Deus e o recebemos como Senhor nosso. Porquanto em Deus seremos capazes de fazer oposição ao inimigo e humilharmos toda força do mal, mesmo estando com um numero reduzido em comparação ao exercito opositor. Para tanto, bastará lembrarmos-nos de Gideão que com apenas trezentos homens venceram um exercito que era cinqüenta e quatro vezes maior que o dele (Juízes 6 á 8). Mas como isto foi possível? Foi possível pela mão de Deus que estava com Gideão. E mesmo considerando o fato de estarmos e vivermos em outra era, não significa que a guerra acabou antes vemos pela palavra de Deus que a guerra continua sendo travada, todavia, em um campo diferente daqueles que se via e com armas não usuaispara aquela época e mesmo sendo armas bem antigas, eram armas que raramente se as utilizavam, pois, o seu efeito era e ainda é um efeito demorado e para os guerreiros e generais daquela época seriam armas ineficazes e ainda hoje vemos inumeráveis generais que assim o acham, mas o Filho de Deus, a saber: o Senhor Jesus Cristo fez uso destas armas que até então eram armas inoperantes e quem os via utilizando, com certeza acharam armas incapazes de produzir qualquer efeito, entretanto, o Filho de Deus as utilizou e nos dias em que viveu em carne nos ensinou com seus exemplos como as utilizá-las, porquanto disse Paulo: “As armas das nossas milícias não são carnais, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2 Coríntios 10.4).

As Armas de Jesus Cristo

O Senhor Jesus, diferente de toda lógica de liderança humana, não valorizou os fortes como é de praxe, mas como pastor que é, deu atenção as suas ovelhas e principalmente as fracas, as doentes, as perdidas e desgarradas. Jesus foi e ainda é o líder que ama que perdoa e que é movido pela compaixão. Isto não se via, e hoje raramente se vê, pois, parece sinônimo de fraqueza; pois, pensavam os lideres e generais daquela época que estes sentimentos os enfraqueceriam em uma guerra, e conseqüentemente ensinavam o ódio ao povo. Mas ao contrario do que se esperava o Senhor Jesus viveu e morreu amando, perdoando e sentido até na hora da sua morte as misérias humanas, e pedindo a Deus o Pai perdão por nós (Lucas 23.34).

O Amor Foi Seu Legado

O Senhor Jesus nunca fez acepção de pessoas antes sentava com os publicanos, e permitia que eles estivessem junto Dele assim como as demais pessoas. Quem eram os publicanos? Eram pessoas que prestavam serviço aos romanos e cobravam impostos dos judeus, sendo que; todo o judeu que trabalhavam para os romanos era tido como traidores e pecadores. Mas aos olhos de Deus Jesus todos são pecadores e não este ou aquele, porquanto diz: “Não há um justo, nem um sequer” (Romanos cap 3 v 10) e ainda diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos cap 3 v 23). Logo, o Senhor Jesus não veio dar privilégios aos que se dizem, ou que se acham santos, antes Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lucas cap 19 v 10). E quando Ele assentava com os publicanos e lhes davam a atenção devida, era o seu puro e perfeito amor em ação, sim, o amor do pastor pelas ovelhas perdidas que de tão longe veio buscar e isto; também nos diz respeito, portanto queiras dar ouvido hoje à voz do pastor Jesus, a chamar-te: Vem depressa ó ovelha amada (Lucas 15.1-7; João 10.4;11).

O amor de Jesus é tão imensurável que Ele viu o que fazíamos com as mulheres, e como não lhes dávamos nem ao menos o direito de fala, todavia, Jesus o Amor encarnado foi lá nas prisões que fizemos (falo por parábolas), e quebrou as correntes e esmiuçou as prisões; dando a mulher o que a negávamos: a atenção, o respeito, o perdão, o direito a fala para que suas duvidas fossem tiradas isto é; no tocante a adoração a Deus e no que diz respeito ao Reino dos céus, e bastará atentarmos para a ocasião que o Senhor Jesus se encontrou com a mulher Samaritana, que veremos tudo que Jesus proporcionou aquela mulher através do amor.

O Dialogo de Jesus Com a Mulher Samaritana

- Jesus reconhece sua importância e valor ao dizer a mulher: “Dá-me de beber” (João cap 4 v 7). Para qualquer judeu, apenas falar com um samaritano era extremamente evitado, e se tratando de falar com uma mulher samaritana, a possibilidade era quase zero, e agora pedir água; seria um absurdo. Um judeu daqueles dias morreria de sede, a ter que pedir água a uma mulher de Samaria.

-A mulher não queria conversa e logo, respondeu asperamente colocando o Senhor Jesus no seu lugar, pois, para ela aquele homem, não passava de um judeu sem noção veja: “Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (João 4.9).

Mas o amor não enxerga barreiras culturais, nem fronteiras ele simplesmente as ultrapassa, Jesus é o amor! As rixas culturais não poderiam dete-lô, os preconceitos e separações em Jesus Cristo logo são todos quebrados e foi exatamente isto que Ele iniciou naquele momento ao dizer a mulher: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. (João 4.10). Ao contrario do que se imagina, o Senhor Jesus não queria aquela água, antes, Ele queria dar da sua água aquela mulher (água viva), e isto é claramente percebido na sua fala vejam: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede. Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. (João 4.13-14).

Queridos a água que o Senhor Jesus dá não é terrena, nem vem da chuva, nem nasce em fontes secretas, mas é água viva epertence a Ele e é própria Dele e quando uma vez bebida pelo homem ou mulher não é eliminada pelo organismo humano, antes ela (água viva), se torna uma fonte, ou seja, aquele que bebeu agora tem água viva para dar a outros, que ao passo que também beberem terá dentro de si uma fonte também, e as correntes desta água nos levará a vida eterna. Que água é esta, que é viva, que pertence a Ele e é própria Dele? Está água trata-se do Espírito Santo, que é dado a todos os que ouvem as palavras do Senhor Jesus e crê que Ele é o Filho de Deus, que veio a este mundo para Salvar o homem do pecado, libertar dos poderes malignos, nos curar das enfermidades e graciosamente dar-nos o seu Espírito Santo (a água viva), que nos guiará as mansões celestiais lugar que Jesus nos foi preparar (João 14.1-3).

O amor não tem limites, pois, no momento que a mulher quis a água viva, o Senhor Jesus lhe disse: “Traz o seu marido que tem água viva para os dois” (João 4.16). Mas como chamar o marido se ela não tinha “Não tenho marido” (João 4.17). E após a revelação do Senhor Jesus ao seu respeito, pois, Jesus tudo sabe e tudo conhece, fica claro que se tratava de uma mulher adultera ou em estado de fornicação (amasiada), pois, “Teve cinco maridos e o atual não era dela” (João 4.18). Atentemos nós para isto! Pois o Senhor Jesus ofereceu água viva, para uma pessoa em estado de adultério ou em fornicação e ainda disse; Eu quero dar para o seu marido também. O que isto; significa? Isto significa Evangelho, Boas Novas sem precedentes, ou limitações de operação, pois, aonde esta água viva chega, Ela promove limpeza e purificação, Ela perdoa e ressuscita o homem do viver no pecado para um viver novo e santo na presença de Deus o Pai (Efésios 2.1).

A Mulher Bebeu Água Viva

Ó quão maravilhoso é enxergarmos que deste ponto a diante (João 4.19), a mulher já havia bebido da água viva, e tudo ocorreu de um modo inexplicável e bastará olharmos para suas atitudes a seguir e veremos que, não mais tratava-se daquela mulher que tratou o Senhor Jesus com braveza e aspereza, fazendo do Salvador um judeu qualquer (João 4.9), mas agora a mulher o enxergava como um profeta (João 4.19). E na ordem natural daqueles que bebem da água viva a mulher está com seu coração desejoso em adorar a Deus o Pai e deseja agora saber qual é o lugar exato “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. (João 4.20). E qual foi a resposta do Mestre Jesus: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem (João 4.23), ou seja, Cristo disse se quiseres adorar adore em todos os lugares, pois, Deus é Espírito Ele está em todo lugar. Logo vemos Jesus esclarecer as duvida da mulher, Jesus permitiu que a mulher samaritana, falassem e que lhe abrisse o seu coração, coisas privada por nós os homens que negávamos este direito as mulheres da época. E ainda vemos que após a mulher beber da água viva, nasceu em seu interior o anelo pelo Messias, ao dizer: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo” (João 4.25).

Queridos, quero parafrasear a fala daquela mulher, pois, a vejo dizer: “Que alegria eu sinto agora homem de Deus por ter falado contigo! Obrigado por ter insistido em falar-me; peço perdão por ter tratado o Senhor tão asperamente. E agora já entendi que posso adorar a Deus o Pai em todos os lugares, mas ainda tenho muitas outras duvidas em meu coração, mas acabo de me lembrar que em breve o Messias (o Cristo), virá, e então todas as duvidas do meu coração serão por Ele eliminadas. Há como anelo a sua vinda.

E para alegria daquela mulher e nossa o Cristo estava diante dela e se revelou “Eu o sou, eu que falo contigo” (João 4.26). E diante daquela revelação, aquela mulher deixou seu cântaro de água, pois, a água natural era agora menos importante para ela, e sua alma já estava saciada por haver bebido a água viva, e a fonte em seu interior já havia brotado e ela precisava levar água viva aos outros veja: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo? Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele” (João 4.28-30). E o resultado não poderia se diferente, onde uma mulher anunciou ao povo de Samaria, que por sua vez creram, e por acreditar rogaram que Jesus ficasse com eles, e isto; o Senhor Jesus sempre fez com prazer. Jesus ficou dois dias com eles e agora todo o povo tinha em seus corações a convicção que aquele homem, a saber: Jesus o Cristo era e é o Salvador do mundo (João 4.39-42). Diante disto eu pergunto: Será que eu tenho feito uso desta arma chamada amor? Ou será que eu verdadeiramente sentido este amor de Deus em mim? Porquanto uma única mulher ao sentir o amor de Jesus em seu ser, começou anunciar este amor para toda a cidade, e aquela fonte de água viva que vem de Deus, continuou brotando, e levando mais amor até que todo o ódio nos corações dos homens por Deus Jesus fosse vencido e dezena, centenas e milhares de vidas fossem Salvas. Crês tu nisto! Um vence mil e dois dez mil.

O Perdão Foi Seu Legado

O perdão é o braço do amor, e mesmo falando de coisas abstratas, é possível vermos e sentirmos este braço quando veio e ainda vem livrar-nos da morte na hora fatídica. E ao pensar nisto; vejo os condenados que estão diante da sua execução, onde o pelotão de fuzilamento está apostos, e ainda veja o médico com sua injeção letal aguardando os minutos que injetará seu veneno, ainda vejo os guardas esperando a ordem na câmara de gaz, e o que não dizer dos que estão prestes a serem enforcados, e mesmo estando os soldados e centenas de pessoas querendo a confirmação da morte daquele condenado (a), ao chegar o perdão mesmo no minuto final à alma é salva da morte. A impressão que tenho é como se um braço te puxa-se no minuto ou nos segundos finais e a voz do amor lhe dissesse, estou lhe dando uma nova chance faz melhor que da primeira vez. E mesmo estando a refletir nisto; eu vejo pela palavra de Deus que esta minha reflexão não é nada comparado ao perdão que há em Deus Jesus, pois, disse a Pedro: “Perdoai até Setenta vezes sete”

“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” (Mateus 18:21-22).

Queridos! Estas são as armas do Senhor Jesus, e são estas mesmas armas que precisamos usar, ainda que mil e dez mil não concorde e vote contra aquele que pecou dizendo: “Este pecado foi a gota d’água” ou ainda “Nos somos a maioria e decretamos que está alma (pessoa), já teve todas as chances necessárias; para mudar e não valorizou; agora chega”. Mas queridos! Estas pessoas ainda são as que têm o mínimo de misericórdia, pois, ainda fizeram reunião e discutiram o assunto para então decretarem o fim de alguém. Todavia, para aquilo que o Senhor Jesus espera de nós seus servos e discípulos isto não basta! Pois, Pedro foi bem tolerante na sua fala: “Eu perdôo até sete”, mas o Senhor Jesus disse: “Não Pedro eu quero que você perdoe até setenta vezes sete” e ainda penso que se Pedro falasse oito vezes, seria setenta vezes oito, se nove vezes seria setenta vezes nove, logo amados eu não sei o tamanho da sua tolerância em relação ao perdão que é o amor na pratica, todavia, falo com ousadia em Deus Jesus, trate de aumentar a sua tolerância em setenta vezes como Jesus nos ensinou.

A questão do perdão é tão primaria que o Senhor Jesus nos revelou que só seremos perdoados por Deus o Pai se nós mesmos perdoarmos nossos devedores “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14-15). Logo, queridos como posso querer que Deus me perdoe oito vezes, se só quero perdoar sete vezes. E diante disto; vemos o Senhor Jesus também dizer: “Com a mesma medida que medirdes vocês serão medidos” (Mateus 7.2), isto nos deixa claro, que a tolerância de Deus ao meu respeito deve ser repassada para todos os que me ofenderam, pois, de outro modo cairemos em desgraça diante de Deus e por Ele seremos condenados.

Para que entendêssemos esta verdade de modo mais claro o Senhor Jesus propôs uma parábola que tratava de dois homens endividados onde um devia dez mil talentos e outro devia cem dinheiros. Falemos brevemente do que representava a divida de 10 mil talentos. Um talento referia-se a prata que por sua vez era uma unidade monetária da época, que tinha o valor aproximado de 6.000 mil denários. Sendo que, um denário era o pagamento usual para um dia de trabalho, um talento equivalia aproximadamente ao valor de vinte anos de trabalho de uma pessoa comum. Quanto era a divida deste homem? Eram exatos 10 mil talentos (Mateus 18.24), queridos se calcularmos este valor em anos de serviço, a quantidade da divida é absurda, onde nem o endividado nem sua posteridade (descendência), conseguiriam pagar aquela divida. E como o endividado não tinha como pagar o Rei mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo que tinham para que a dívida fosse sanada (Mateus 18.25).

Mas esperem! O endividado se humilhou diante do Rei, e disse: “ Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” (Mateus 18.26). E para alegria do endividado, o Rei movido de profunda compaixão mandou que os soldados o soltassem e não somente isto; mas também lhe perdoou toda a sua divida (Mateus 18.27). Queridos está parábola dita pelo Senhor Jesus, trata-se de uma profunda revelação do amor de Deus pelo homem pecador, onde, o homem não tendo como pagar sua divida diante do Rei que na parábola representa Deus o Pai, se humilha e pedi clemência, e para surpresa do endividado o rei fez o inesperado perdoa-lhe completamente de toda divida.

Agora parece que estou vendo aquele homem andando nas ruas; livre e perdoado de todo juízo ao sair de diante do tribunal do Rei, com seus ombros leves, pois, a carga da divida já não estava mais lá, que maravilha parece um sonho eu há minutos atrás seria vendido como escravo, junto com toda minha família, perderia tudo que possuía e num instante olho e me vejo perdoado e salvo, glorias a Deus pelo seu amor tão imensurável. Mas Deus o Pai reservava uma surpresa para aquele homem que foi perdoado, pois o Senhor Jesus Cristo revela em sua parábola, que este homem o que fora perdoado, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros, e ao encontrar, o que fora perdoado, agarra seu conservo pelo colarinho e o sufoca-lhe dizendo: “Paga agora o que me deves” (Mateus 18.28). E não tendo como pagar o conservo, prostrou-se e lhe rogou “Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” (Mateus 18.29), mas, ao contrario do que se esperava de alguém que foi perdoado de uma divida altíssima, este homem não perdoou seu criado, antes o lançou na prisão até que alguém pagasse sua divida, logo, se ninguém pagasse morreria lá grifo meu (Mateus 18.30).

Queridos, está história não é semelhante com a nossa? Ou será que não revela aquilo que somos? Pois, queremos o perdão das nossas dividas, todavia, a ninguém perdoamos, queremos o amor, a tolerância, a paciência de todos em nossa volta, mas a ninguém queremos amar, tolerar e suportar. O texto é claro! Deus o Pai em Jesus Cristo me perdoou de todas as minhas dividas, entretanto, ao me deparar com alguém que me deve míseros cem dinheiros comparados aos 10 mil talentos que eu devia, eu simplesmente não perdoou e por causa desta divida se possível fosse, eu o lançaria o tal (aquele que me deve), em prisões eternas. Mas aquela má ação e atitude não podem ocultar-se do bondoso e gênero Rei, que ao ser informado trouxe a sua presença aquele servo e lhe disse: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia” (Mateus 18.32-34). Diante destas tão claras revelações, o Senhor Jesus concluiu “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mateus 18.35).

Queridos o perdão é mais poderoso que milhares de acusações, é mais eficaz que quaisquer estratégia ou qualquer arma letal, o perdão é poderoso para livrar a sua vida e ainda livrará a sua alma na eternidade. Enquanto não perdoamos viveremos a sofrer por causa do ódio, conseqüentemente viveremos cheios de guerras, intrigas e rixas sem fim que só nos levarão as nossas próprias ruínas. Mas ai uma pergunta rompe lá no fundo de nosso ser: O que adianta eu perdoar enquanto milhares não perdoam? É neste ponto que Deus Jesus nos quer, pois, diz a sua palavra: “Um vence mil e dois dez mil” (Deuteronômio 32.30), seja ousado, perdoe enquanto mil e dez milhares preferem condenar, todavia, nós os que fomos perdoados em Jesus Cristo o Filho de Deus, diremos, eu perdoou esta pessoa, perdoou este grupo, perdoou este povo e perdoou esta nação, pois, o Senhor Jesus Cristo me perdoou de uma divida que jamais eu conseguiria pagar isto é; nem nesta vida nem na eternidade. Vença as multidões em Cristo Jesus liberando o perdão.

A Compaixão Foi Seu Legado

Compaixão é o sentimento de bondade que nos inspira a ver a infelicidade e o mal alheio, é o sentimento que nos move a ajudar o próximo, é o sentimento que nos leva a estender a mão, entretanto, somos cada vez mais egoístas, cada vez mais centrados e fechados em nós mesmo e quando fazemos algo para alguém é porque temos em vista um retorno rápido. A verdade é que usamos a compaixão para fazermos política, para melhorar nossa imagem pessoal diante dos eleitores, e como se não bastassem hoje até mesmo às empresas usam este marketing em suas embalagens e por ai vai. Entretanto a verdadeira compaixão não busca proveito próprio, ela sente a infelicidade alheia em si mesmo, ela diz: “Está doendo em mim”.

Olhemos agora para aquele que foi e ainda é o perfeito exemplo de compaixão pelos homens; a saber, Jesus o Cristo. Onde o Evangelista São Mateus fez questão de mencionar sua compaixão por aquelas multidões de pessoas que o seguiam observem:

- “E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.” Mateus 14.14

A compaixão promove cura sem querer nada em troca, pois, Jesus não cobrou nada dos doentes, não pediu oferta alçada, nem disse a eles, agora que vocês estão curados, vão trabalhar e depois me procure com uma boa oferta. Nada disso! A compaixão não faz nada por interesse próprio ela simplesmente dá.

- “E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor”. Mateus 9.36

A compaixão busca a segurança dos homens, busca o cuidado, busca a proteção do perigo, pois, o que adianta eu ver alguém exposto ao perigo e não me compadecer, nem assegurar sua integridade. Bastará olharmos para a fala do Senhor Jesus, dirigida aos seus discípulos que veremos seus sentimentos. Pois disse: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara. (Mateus 9.37-38). O Senhor Jesus em sua fala estava plantando a semente da compaixão nos corações dos discípulos, e não somente isto; Ele estava dizendo:“Muitíssimas pessoas precisam de ajuda, mas os que se propõem a ajudar, com verdadeira compaixão são poucos, eu preciso que vocês nutrem este sentimento e o conservem puro, mas ainda será pouco, todavia, Deus o Pai é a fonte de toda compaixão e Ele também é Senhor desta ceará peçam a Ele que enviem mais pessoas para vos ajudar”

- “ E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho.” Mateus 15.32

A compaixão reparte o que se tem com aqueles que nada têm a compaixão não enxerga limites e nem vêem as barreira, pois, a verdadeira compaixão é nascida em Deus o Pai. Olhemos alem do pão por um instante e veremos aquilo que Deus viu, pois, viu o homem sendo aniquilado pelo pecado, e cada dia mais esmagado pela conseqüência do seu próprio erro, Deus não hesita; antes por nós enviou seu unigênito em demonstração de seu amor, perdão e compaixão por nós. Voltemos ao pão, e veremos que a compaixão humana que não é nascida em Deus é a mesma que estava nos discípulos até então, observem: “E os seus discípulos disseram-lhe: De onde nos viriam, num deserto, tantos pães, para saciar tal multidão?” (Mateus 15.33). Está compaixão é incapaz de fazer alguma coisa por alguém, está compaixão só enxerga seu umbigo, está compaixão só vê barreiras; estamos no deserto disseram eles, onde teremos tantos pães disseram eles. E quando o Senhor Jesus questionou a quantidade de comida que tinham, observem as palavras de descontentamento dos discípulos: “E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete, e uns poucos de peixinhos.” (Mateus 15.34). Uns poucos peixinhos, foi isto que disseram, e não é isto; que dizemos sempre? Eu só tenho um pouquinho disto, um pouquinho daquilo, se eu tivesse mais eu até dava, mas o que tenho não da nem pra mim!

O fato é que se permitirmos que este sentimento tão sublime habite em nossos corações e passarmos a dar o que tivermos sem esperar receber nada em troca, e nos compadecermos do nosso próximo de tal modo que venhamos sentir em nós a sua própria dor; então, as escamas que estão em nossos olhos cairão e Deus o pai se revelará a nós e logo veremos o pão sendo multiplicado diante de nossos olhos, sim veremos os enfermos e doentes sendo curado de todo o mal que os afligem isto é; no seu corpo no seu intelecto e na sua alma, sim logo veremos as pessoas que até então eram oprimidas por demônios sendo livres de toda prisão, veremos a face de Deus e a sua mão se estenderá para nós, pois disse o Senhor Jesus: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mateus 5.7). Mas enquanto não vivermos a misericórdia e não tivermos em nós a compaixão, o céu nos será de bronze “E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro.” (Deuteronômio 28.23). Logo, clamaremos e não seremos escutados por Deus, plantaremos e nada nascerá, porque Deus é o verdadeiro amor, e seu perdão é ilimitado e sua compaixão por nós não enxerga barreiras e se não estamos vivendo isto; não estamos firmados na verdade. Deus é verdade; como então, nos apoiará na mentira? Como então trará a nós suas benções se vivermos nos enganando?

Conclusão: Amados em Cristo, o que diremos mais? Ou Até quando nos enganaremos? Porquanto diante das verdades de Deus Jesus não é difícil concluirmos; que o Evangelho sem amor não é Evangelho, que o Evangelho que buscas proveito próprio não é Evangelho, que o Evangelho que delimita a quantidade de perdões a serem dadas não pode ser Evangelho, que o Evangelho que só perdoa os fortes; falo daqueles que tem as mentes mais brilhantes, falo daqueles que são lideres por natureza, falo daqueles que são economicamente fartos, pois, se somente estes merecem perdão sem limites que Evangelho é este? E o que diremos da compaixão? E o que concluiremos? Ou será que o Senhor Jesus que nós ousamos pregar esta preocupado como os seus discípulos estavam, que só havia sete pães e alguns peixinhos; antes pelo contrario o vemos dizer: “Daí-lhes voz de comer” (Marcos 6.37), pois, o Evangelho sem compaixão não é o Evangelho de Jesus Cristo, é um Evangelho similar, é genérico, e a sua energia e eficácia não veio da raiz que é Jesus, muito menos a sua seiva (João 15.5-7), logo, este Evangelho que não tem a compaixão é um Evangelho fraco e não poderá levar o poder nem os milagres de Deus aos homens, que necessitam de amor, perdão e compaixão. Amados a voz de Deus ainda clamam aos que tem ouvidos para ouvir, assim como um dia falou a Isaias “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Isaías 6.8), Deus ainda fala aos nossos ouvidos e diz: “Qual de vocês aceitará este desafio? Qual de vocês escolherá amar enquanto mil e dez milhares preferem odiar? Qual de vocês terá ousadia de perdoar até setenta vezes o seu irmão em um único dia? Qual de voz se inclinará a sentir as misérias e dores alheias, como se fossem vocês que estivessem na mesma situação? Quem aceitará lutar com as minhas armas? Sejas um Isaias nesta hora e aceite esta chamada e fale ao Senhor Jesus; “Eis-me aqui, eu aceito lutar” (Isaías 6.8)”.

Autor: Ev. Eli Hudson
Via: www.estudosgospel.com.br