Libertos dos Embustes do Diabo


Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Êxodo 3:10.

Moisés e Arão, comissionados por Deus, são enviados ao Egito. Vão diretamente ao palácio apresentando-se na corte de Faraó. No meio da grandeza e a pompa do Egito, eles apresentam a exigência de Deus: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Êxodo 5:1b.

O resultado dessa exigência do Senhor, fez com que Faraó manifestasse imediatamente, um claro desafio e ordena que a escravidão seja intensificada. Faraó demonstra o seu desprezo e o seu ódio para com Deus, com estas palavras: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel. Êxodo 5:2.

É assim que satanás age; este é o primeiro de seus planos para impedir o livramento do pobre pecador. Aqui, não há camuflagem alguma. É o rugido do leão do inferno, a hostilidade frontal a Deus e à Sua verdade. Enquanto pode manter os seus escravos em paz, servindo-o sossegadamente, ele o faz. Porém, assim que Deus começa a lidar com o pecador, para a sua libertação, o inferno imediatamente entra em ação para prendê-lo. Satanás jamais abandona a sua presa com facilidade. O pensamento de perder os israelitas levou Faraó a tratá-los com maior crueldade e a sujeitá-los a redobrada vigilância. Sempre que o poder de satanás é restringido a um ponto o seu furor aumenta. Assim aconteceu neste caso. A fornalha ia ser apagada pela mão do amor libertador; porém, antes de o ser, ela arde com mais intensidade e ferocidade. O diabo não gosta de soltar nenhum daqueles que tem tido debaixo da sua garra terrível. Satanás é “o valente”, que mantém os seus bens em segurança. Lucas 11:21 Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens.

Vamos verificar o primeiro embuste do diabo no que concerne a exigência que Deus impôs a Faraó. Vemos os julgamentos que estão recaindo sobre Faraó e sobre a sua terra por causa da sua recusa. Suas táticas mudam. Faraó percebe que em luta aberta ele não pode ter sucesso, pois “Deus é mais forte que seus inimigos”. Mas, o que acontecerá se, por sua astúcia secreta, ele conseguir seus objetivos? Ele chama Moisés e faz concessão: Ide, oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra. Êxodo 8:25b.

Isto parece um gesto muito benevolente, e é uma considerável concessão da parte de Faraó. Dissimula levemente a astúcia do diabo. O objetivo desta estratégia é destruir o próprio propósito da redenção do povo, e seu testemunho ao Deus verdadeiro. Moisés, porém, percebeu a trama satânica e de imediato a resistiu com a clara palavra de Deus: Temos de ir caminho de três dias ao deserto e ofereceremos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, como ele nos disser. Êxodo 8:27.

Irmãos como podemos ver, a Palavra de Deus era exata, e, portanto, não podia ser transigida. A distância fora do Egito, onde o altar de Deus deveria ser erguido, fora medida pelo próprio Deus, e Moisés não poderia interferir e ficar aquém dos padrões. Ele apresenta as exigências de Deus integralmente, na presença do inimigo. Aqui está, então, um dos embustes do diabo. Se ele não pode, como um leão que ruge, impedir o livramento de um pecador por meio de oposição franca, ele procura, como a ardilosa serpente, mantê-lo sacrificando na terra do Egito. E não tem ele obtido sucesso? Satanás não faz nenhuma objeção, quando um homem adota uma religião que o mantém como um mundano respeitável “sacrificando nesta terra”. O diabo até incentiva e o aplaudirá. O mundo falará bem dele; será elogiado e admirado por todos. A religião mundana adota tudo e nada condena a não ser dedicação a Cristo. Se você creu em sua morte e ressurreição com Cristo, você será odiado pelo mundo, por causa de Cristo que habita em você. Marcos 13:13 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.

O mundo tem a sua religião “na terra”, e ela é praticada sobre os princípios da caridade, e, sendo do mundo, o mundo ama muito os seus. Mas, deixe que o chamado do Senhor para marchar “três dias no deserto” seja enfatizado, ou, para usar a linguagem do Novo Testamento, deixe que o poder separador da cruz e da ressurreição ao terceiro dia, separe você do mundo, e satanás moverá o inferno para tentar impedir. O diabo odeia uma separação completa para Deus, pois sabe muito bem que aquele que reconhece que está morto e ressuscitado com Cristo, diz adeus a ele, ao seu próprio império, ao seu serviço, e à sua terra para sempre. E você já fez a “jornada de três dias para fora do Egito”? Você está separado do mundo? Não podemos ser testemunhas de Cristo, ou adorá-Lo em verdade e ter, ao mesmo tempo, comunhão com o mundo, sejam em seus prazeres pecaminosos ou em sua religiosidade, pois não podemos servir a dois senhores. O apelo de Deus é claro em 2 Coríntios 6:17 Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei.

Escravo do pecado é a condição do homem separado de Cristo. E podemos dizer que não há nada mais oposto à verdade fundamental do Evangelho que a teoria do melhoramento gradual da condição do pecador. O pecador é nascido numa má condição, e enquanto não nascer de novo não pode estar em qualquer outra. Poderá procurar melhorar-se. Pode tomar a resolução de ser melhor no futuro, de voltar uma nova página da sua existência, de alterar o seu modo de vida; porém, com tudo isto não consegue sair de sua condição de pecador. Poderá fazer-se religioso, como se ousa dizer, poderá tentar orar, poderá observar diligentemente as ordenações, e revestir as aparências de uma reforma moral; contudo nenhuma destas coisas poderá, no mínimo, alterar a sua posição perante Deus. Jeremias 13:23 Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.

Jesus disse que “aquele que é nascido da carne é carne”, por isso é necessário que haja uma nova natureza, assim como uma nova disposição. Será que nós podemos fazer algo no âmbito espiritual? Nós nada podemos fazer no campo espiritual, mas nós cremos que o nosso Senhor fará para a sua própria glória. Hoje estamos vendo tantas interpretações das Escrituras, e as interpretações nos divide, mas a visão nos une. Precisamos da visão espiritual da Sua graça para crermos no testemunho que Deus deu de Seu Filho. 1 João 5:11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Também podemos ler no Evangelho de João 1:12  Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.

Irmãos, escravo não celebra nada, escravo somente geme. Que palavras doces a do nosso Senhor: “Deixa ir meu povo”, mas, por favor, note uma coisa: “Para que me celebre uma festa”. Se deviam deixar de servir a Faraó, era para entrar no serviço de Deus. Era uma grande mudança. Em vez de trabalho penoso sob direção dos oficiais de Faraó, eles iam fazer festa na companhia do Senhor; e, embora tivessem de deixar o Egito e entrar no deserto, contudo a presença divina acompanhá-los-ia; e se o deserto era escabroso e fatigante, era o caminho que conduzia a Canaã. Essa é também a nossa peregrinação até que cheguemos lá. Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. Efésios 4:13. Amém.

| Autor: Claudio Morandi | Divulgação: estudosgospel.Com.BR |