A Prática Espiritual do Autoexame
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Salmos 139.23-24).
Para o evangelho de Jesus Cristo ser realmente a boa notícia, é necessário entendermos a terrível notícia do pecado. Thomas Watson, um puritano do século XVII, disse que “enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce”. E não há como outra pessoa sentir esse gosto amargo do pecado por nós. Nós precisamos senti-lo. E para senti-lo, precisamos nos examinar. O conhecimento do pecado vem através da lei (Rm 3.19-20), mas é necessário aplicar a lei à nossa vida para vermos o quanto somos falhos e precisamos da justiça de Cristo.
O autoexame não é algo místico, como um “esvaziamento do eu” proposto pela espiritualidade oriental. Você não precisa ficar em uma posição corporal específica ou um determinado número de minutos em silêncio absoluto. O autoexame envolve tanto o coração quanto a mente. Devemos examinar nossas ações e motivações à luz da santidade de Deus revelada nas Escrituras. Não basta avaliar aquilo que fazemos, precisamos cavar mais fundo para chegarmos também às nossas motivações.
É verdade que ninguém conhece perfeitamente a si mesmo. Apenas Deus tem a capacidade de nos conhecer perfeitamente. Somos seres humanos limitados vivendo em um mundo caído. Nosso coração é enganoso e não somos capazes de discernir as próprias faltas (Jeremias 17.9; Salmos 19.12). Mas o Espírito Santo é poderoso para sondar nosso coração e nos convencer do pecado. Exatamente por isso que o autoexame não é um exercício espiritual isolado, mas deve ser praticado com a oração e a Palavra de Deus. O autoexame não é apenas psicológico, emocional ou racional. Ele é, acima de tudo, espiritual.
Um bom método para se utilizar nesse processo é o “revolucionário” método infantil do “por quê?”. Sabe quando as crianças estão naquela idade que qualquer coisa que você responda, depois sempre vem um “mas por quê?”? Use isso para examinar seu coração. Não se contente com conclusões superficiais sobre o seu pecado. Faça quantos porquês forem necessários até chegar à raiz dele.
Não se conforme também com aquilo que você conhece sobre santidade. Pergunte-se: Esse conhecimento tem sido aplicado à minha vida? Nas palavras de Jesus: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurado sois se as praticardes” (João 13.17). Perceber que estamos tão longe da santidade de Cristo nos levará a depender ainda mais da perfeita obra dele, e menos de nossas obras imperfeitas e manchadas pelo pecado.
Pode ser útil separar períodos específicos para se examinar, como antes de dormir por exemplo. Mas o autoexame deve fazer parte de nossas outras atividades. Assim, ao ler alguma passagem das Escrituras relacionada a julgamento e disciplina de Deus, não pense apenas “Como esse povo de Israel é idólatra!” ou “Como esses fariseus são hipócritas!”. Examine se os mesmos pecados também não tem feito parte da sua vida. Isso também é válido para sermões que você ouvir ou algum pecado que você ver alguém cometer. Não sejamos meros acusadores de pecados alheios, mas pessoas que se examinam e se reconhecem como grandes pecadores que precisam de um grande Salvador. Que esta resolução de Jonathan Edwards, feita quando ele tinha 22 anos, seja um incentivo para nós:
Resolvi agir e falar, em todas as circunstâncias, como se ninguém fosse tão vil quanto eu, e como se eu tivesse cometido os mesmos pecados ou tivesse as mesmas fraquezas e defeitos de outras pessoas. Resolvi que deixarei que o conhecimento dos defeitos delas contribua apenas para que eu me envergonhe de mim mesmo, e me permita uma ocasião para confessar meus próprios pecados e minha miséria a Deus.¹
Prepare-se para se entristecer com aquilo que vai encontrar. O mesmo Edwards declarou: “Quando olho para dentro de meu coração e observo minha iniqüidade, ele parece um abismo infinitamente mais fundo do que o próprio inferno”. O autoexame nos torna mais humildes por isso. Um maior conhecimento (espiritual e verdadeiro) de nós mesmos nos fará perceber que somos pecadores piores do que achamos que somos. Funciona como um antídoto contra o orgulho espiritual que podemos sentir ao nos compararmos com outros. Nosso padrão não é o mundo ou os irmãos na fé, mas Cristo e sua lei.
Mas o objetivo do autoexame não é simplesmente nos fazer sentirmos mais tristes e miseráveis. Passa por isso, mas não termina aí. Nosso intuito é perceber nossos pecados, nos quebrantar, nos levar ao arrependimento sincero e irmos ao trono da graça para perdão e purificação (veja 1 João 1.9). Entristecemo-nos com o pecado para irmos a Cristo receber a alegria da salvação.
O autoexame provavelmente lhe fará derramar muitas lágrimas, mas é o caminho para a graça de Deus em Cristo ser mais preciosa. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar” (1 Coríntios 7.10a). Quanto mais amargo o pecado for, mais doce Cristo será. E quanto mais doce Cristo é para mim, maior amor terei por Ele. E quanto maior meu amor por Ele, mais amargo o pecado se tornará para mim. E quanto mais amargo o pecado, mas doce será Cristo… É o círculo virtuoso da santidade.
À medida que a convicção de nossa pecaminosidade cresce, maior amor teremos pelo nosso grande Salvador e Perdoador, “mas aquele a quem pouco se perdoa, pouca ama” (Lucas 7.47b). Os cristãos que mais amam a cruz de Cristo são aqueles que se enxergam como “o principal dos pecadores”.
Para o evangelho de Jesus Cristo ser realmente a boa notícia, é necessário entendermos a terrível notícia do pecado. Thomas Watson, um puritano do século XVII, disse que “enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce”. E não há como outra pessoa sentir esse gosto amargo do pecado por nós. Nós precisamos senti-lo. E para senti-lo, precisamos nos examinar. O conhecimento do pecado vem através da lei (Rm 3.19-20), mas é necessário aplicar a lei à nossa vida para vermos o quanto somos falhos e precisamos da justiça de Cristo.
O autoexame não é algo místico, como um “esvaziamento do eu” proposto pela espiritualidade oriental. Você não precisa ficar em uma posição corporal específica ou um determinado número de minutos em silêncio absoluto. O autoexame envolve tanto o coração quanto a mente. Devemos examinar nossas ações e motivações à luz da santidade de Deus revelada nas Escrituras. Não basta avaliar aquilo que fazemos, precisamos cavar mais fundo para chegarmos também às nossas motivações.
É verdade que ninguém conhece perfeitamente a si mesmo. Apenas Deus tem a capacidade de nos conhecer perfeitamente. Somos seres humanos limitados vivendo em um mundo caído. Nosso coração é enganoso e não somos capazes de discernir as próprias faltas (Jeremias 17.9; Salmos 19.12). Mas o Espírito Santo é poderoso para sondar nosso coração e nos convencer do pecado. Exatamente por isso que o autoexame não é um exercício espiritual isolado, mas deve ser praticado com a oração e a Palavra de Deus. O autoexame não é apenas psicológico, emocional ou racional. Ele é, acima de tudo, espiritual.
Um bom método para se utilizar nesse processo é o “revolucionário” método infantil do “por quê?”. Sabe quando as crianças estão naquela idade que qualquer coisa que você responda, depois sempre vem um “mas por quê?”? Use isso para examinar seu coração. Não se contente com conclusões superficiais sobre o seu pecado. Faça quantos porquês forem necessários até chegar à raiz dele.
Não se conforme também com aquilo que você conhece sobre santidade. Pergunte-se: Esse conhecimento tem sido aplicado à minha vida? Nas palavras de Jesus: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurado sois se as praticardes” (João 13.17). Perceber que estamos tão longe da santidade de Cristo nos levará a depender ainda mais da perfeita obra dele, e menos de nossas obras imperfeitas e manchadas pelo pecado.
Pode ser útil separar períodos específicos para se examinar, como antes de dormir por exemplo. Mas o autoexame deve fazer parte de nossas outras atividades. Assim, ao ler alguma passagem das Escrituras relacionada a julgamento e disciplina de Deus, não pense apenas “Como esse povo de Israel é idólatra!” ou “Como esses fariseus são hipócritas!”. Examine se os mesmos pecados também não tem feito parte da sua vida. Isso também é válido para sermões que você ouvir ou algum pecado que você ver alguém cometer. Não sejamos meros acusadores de pecados alheios, mas pessoas que se examinam e se reconhecem como grandes pecadores que precisam de um grande Salvador. Que esta resolução de Jonathan Edwards, feita quando ele tinha 22 anos, seja um incentivo para nós:
Resolvi agir e falar, em todas as circunstâncias, como se ninguém fosse tão vil quanto eu, e como se eu tivesse cometido os mesmos pecados ou tivesse as mesmas fraquezas e defeitos de outras pessoas. Resolvi que deixarei que o conhecimento dos defeitos delas contribua apenas para que eu me envergonhe de mim mesmo, e me permita uma ocasião para confessar meus próprios pecados e minha miséria a Deus.¹
Prepare-se para se entristecer com aquilo que vai encontrar. O mesmo Edwards declarou: “Quando olho para dentro de meu coração e observo minha iniqüidade, ele parece um abismo infinitamente mais fundo do que o próprio inferno”. O autoexame nos torna mais humildes por isso. Um maior conhecimento (espiritual e verdadeiro) de nós mesmos nos fará perceber que somos pecadores piores do que achamos que somos. Funciona como um antídoto contra o orgulho espiritual que podemos sentir ao nos compararmos com outros. Nosso padrão não é o mundo ou os irmãos na fé, mas Cristo e sua lei.
Mas o objetivo do autoexame não é simplesmente nos fazer sentirmos mais tristes e miseráveis. Passa por isso, mas não termina aí. Nosso intuito é perceber nossos pecados, nos quebrantar, nos levar ao arrependimento sincero e irmos ao trono da graça para perdão e purificação (veja 1 João 1.9). Entristecemo-nos com o pecado para irmos a Cristo receber a alegria da salvação.
O autoexame provavelmente lhe fará derramar muitas lágrimas, mas é o caminho para a graça de Deus em Cristo ser mais preciosa. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar” (1 Coríntios 7.10a). Quanto mais amargo o pecado for, mais doce Cristo será. E quanto mais doce Cristo é para mim, maior amor terei por Ele. E quanto maior meu amor por Ele, mais amargo o pecado se tornará para mim. E quanto mais amargo o pecado, mas doce será Cristo… É o círculo virtuoso da santidade.
À medida que a convicção de nossa pecaminosidade cresce, maior amor teremos pelo nosso grande Salvador e Perdoador, “mas aquele a quem pouco se perdoa, pouca ama” (Lucas 7.47b). Os cristãos que mais amam a cruz de Cristo são aqueles que se enxergam como “o principal dos pecadores”.
| Autor: Alex Daher | Divulgação: estudosgospel.Com.BR |