Coração de Mãe

II Reis – 4.8
25. Partiu ela, pois, e foi ao homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a o homem de Deus de longe, disse a Geazi, seu servo: Eis aí a sunamita. 26. Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu filho? E ela disse: Vai bem.

INTRODUÇÃO

Com certeza esta será uma linda mensagem, pois foi por mim pregada na Igreja onde Deus tem me conservado, justamente nos dias das mães, e realmente foi um bálsamo na vida daqueles que ali estiveram, e eu quero crer que também será na sua vida. Por isso abra seu coração e se alimente da boa Palavra de Deus.

Para iniciar esta mensagem, eu gostaria de trazer algumas informações sobre o livro de II Reis, que lhe poderá lhe ser útil.

Existe uma linha de teólogos que acreditam que Esdras tenha escrito os livros de I Reis e II Reis, que anteriormente era um livro somente, mas posteriormente dividido na Septuaginta (a versão grega mais antiga do Antigo Testamento). Segundo a tradição judaica do Talmude, este atribui a autoria do livro ao profeta Jeremias. O livro pode ter sido escrito entre 640 e 550 a.C.

Eu creio que tenha sido mesmo o profeta Jeremias o escritor dos livros de Reis, pela riqueza dos detalhes, e pela sensibilidade das palavras e a forma com que se refere à viúva do profeta Obadias (II Rs 4), e da outra viúva que recebeu o milagre de cuidar do profeta Elias (I Rs 17:8a16). Creio realmente ser mesmo o profeta Jeremias este tão abençoado escritor deste tão maravilhoso livro.

Diante dessas afirmações quero compartilhar com todos uma palavra que irá mexer com o seu coração, uma mensagem que eu intitulei como CORAÇÃO DE MÃE.

Ao falar de mãe eu poderia falar de inúmeras mulheres que a bíblia relata, poderia falar de Eva que sofreu vendo o homicídio em família, ou de Joquebede que teve que se desfazer de seu amado filho Moisés, talvez Sara que sofreu tristeza até chegar na velhice e se tornar mãe, quem sabe Rebeca que a bíblia cita como sendo uma linda mulher, porém estéril, ou Raquel uma pastora de ovelhas, que morreu dando a luz, talvez a querida Ana que sofreu insultos, mas gerou o profeta Samuel, e o que falar de Maria a virgem que se entregou para ser a mãe do libertador da humanidade, porém eu escolhi uma que muito me chamou atenção, pelas suas atitudes, atitudes que iremos discorrer nesta mensagem, eu escolhi a chamada sunamita, que mesmo sem ter seu nome relatado na história, deixou seu coração de mãe ser a história.

A GENTIL SUNAMITA

Assim era ela chamada, por ser das terras de Suném, eu desconheço o nome dessa tão abnegada serva de Deus, mas conheço o que ela nos deixou, através dos relatos do profeta Jeremias. Mas gostaria de lhes mostrar uma mãe que se mostrou serva do Deus altíssimo através de suas atitudes, e que nós devemos imitar.

A palavra mãe exprime um infinito de sentidos, sendo todos de modo geral coisas boas, e mãe significa pessoa muito generosa; a origem; fonte; nascente de vida; que gera vida. E nesse contexto quero falar da sunamita.

Certo dia uma bela e jovem mulher contrai matrimônio com um jovem rapaz, e juntos começam a construir uma pequena fazenda, para depois então providenciarem os filhos. Mas o tempo passa e o patrimônio cresce, mas a criança não vem, e embora eles se amassem, ainda estava faltando algo, e era o que realizaria ou concretizaria os sonhos da jovem sunamita e seu marido.

O esposo era trabalhador e passava o dia nos afazeres da fazenda junto com seus empregados, porém a sunamita ficava em casa e olhando para os cômodos vazios, sentia muito mais a falta de um filho, mas nunca reclamava, não murmurava, nem resmungava, ou colocava a culpa no esposo como hoje muitas mulheres fazem.

Certo dia passa por Suném um homem, cujo nome era Elizeu, e junto com ele estava seu ajudante chamado Jeazi, e da janela de sua casa a sunamita observa por várias vezes aqueles homens passarem e um certo dia ela oferece pão para eles, atitude que fez ela conhecer aqueles homens e chegar a conclusão que eles eram homens de Deus, pois suas palavras desciam ao coração, e todas as vezes que eles passavam por Suném, comia pão na casa da sunamita, sob a concordância coma seu marido.

Certo dia a sunamita chega para seu marido e lhe diz que Elizeu era um homem de Deus e que eles deveriam construir um quarto para ele, para que quando ele passasse por ali, pudesse descansar em um local apropriado, e seu marido concorda, pois eles eram ricos e tinham condições.

Isso era o trabalhar de Deus na vida de alguém que não tinha interesses em ajudar, pois a bíblia diz que o que a mão direita faz a esquerda não precisa saber. E o Deus que trabalhou na vida da sunamita também fará maravilhas em sua vida se você tiver um coração de mãe. Aprenda a ter um coração de mãe.

Então certo dia, já depois de tanto ser bem tratado pela sunamita, Elizeu entra no quarto construído para ele, e sente de Deus em fazer algo para agradecer a mulher e manda seu moço, Jeazi, perguntar a sunamita se havia algo que se pudesse fazer para mostrar gratidão e ela responde que não precisava, pois ela tinha de tudo e era uma mulher abastada. Jeazi volta e dá o recado a Elizeu, que ainda não se conforma, então Elizeu conversando com seu moço fala novamente sobre o assunto, e Jeazi diz para Elizeu que a sunamita não tinha filho e seu marido era já velho. Às vezes me pergunto porque Elizeu não discerniu o desejo da sunamita e sim Jeazi.

Após Jeazi discernir que o desejo da mulher era ser mãe, Elizeu manda chamá-la e ele chega, mas sendo uma mulher de respeito se põe na porta do quarto e ouvi Elizeu dizer que dentro de nove meses ela estaria segurando um filho. E como se não acreditasse, ela diz: Não brinque comigo, homem de Deus!!!

Nove meses se passam e então nasce o menino e agora a alegria naquela casa é completa, uma criança mudou tudo, aquela mulher agora é uma mãe, e como todas, protetora, defensora, amável, cuidadosa, zelosa, com uma criança que passou a ser sua razão de vida.

Tudo ia muito bem, até que algo acontece. O MENINO MORREU.

O mundo da sunamita desaba e tudo que ela mais amava se foi.

AS FACES DE UM CORAÇÃO DE MÃE

O menino foi acometido de um grave problema, que eu creio ter um Aneurisma Cerebral, devidos os relatos e a situação de que ao meio dia ele morreu no colo da querida mamãe.

Tenho certeza que a sunamita fez de tudo para tentar impedir aquela situação, mas com a morte do menino ela tem que fazer alguma coisa, então entra em ação o que eu chamo de O CORAÇÃO DE MÃE.

Uma mãe não se deixa vencer, não se rende, muito menos entrega os pontos, ela luta até o fim, é o instinto de mãe. Há alguns meses atrás vimos pelos teles jornais uma mãe que mesmo não sabendo nadar, pulou em um tanque cheio de água para salvar seu filho e salvou o menino. Agora aquela sunamita precisava tomar uma atitude, e suas atitudes revelam um verdadeiro coração de mãe, então vejamos:

1. UM CORAÇÃO INTELIGENTE

Aquela mulher, ao ver seu filho morto, ela enxuga suas lágrimas e coloca o menino no quarto em que pertencia a Elizeu. Isso nos mostra que ela sabia a quem recorrer, pois seu filho foi dado pela boca do profeta. Colocando seu filho no quarto de Elizeu ela sabia que ali ninguém entraria, isso daria tempo para ela buscar a solução, e outra questão é que só ele tinha as chaves do quarto, uma vez que Elizeu quando partia fechava o quarto e lhe dava as chaves para que fosse feita a faxina.

Então ela manda avisar seu marido e pedir uma jumenta. Mostrando ser uma esposa que respeitava seu marido. Porém nada lhe falou, para não preocupa-lo no trabalho, embora ele se mostre formalista, ao dizer que não era domingo nem dia de culto (v.23), mas a sua resposta é fantástica, é não poderia ser diferente, ela responde: “fica tranqüilo meu marido, está tudo bem!”

2. UM CORAÇÃO DE GARRA

Após deixar seu filho morto, ela monta em uma jumenta e diz ao empregado, para que vá pelo caminho e não pare senão quando ela mandar. De Suném ao Monte Carmelo eram cerca de 25 km de distância. Agora, você já se imaginou andando toda essa distância no lombo de uma jumenta? É muita garra.

A sunamita diz ao moço que não pare, a não ser que ela mande. Foram 25 km sem fazer xixi, e talvez ela dissesse ao moço, “vá mais rápido!”, e sem contar que provavelmente todo o percurso deva ter durado ce duas a três horas. É muita garra!!!!!

Devemos aprender com esta mulher, devemos ter um coração de mãe para todas as atitudes em nossas vidas, pois isso nos levará ao milagre.

3. UM CORAÇÃO DECIDIDO

É lógico que a primeira atitude foi à tomada de decisão, mais eu falo que ela manteve esta decisão, pois quando Elizeu avista a sunamita vindo a ele fora de hora, ele manda Jeazi a seu encontro para perguntar se estava tudo bem com sua casa, e Jeazi faz isso, mas a resposta da sunamita foi: ESTA TUDO BEM! Então, ela mentiu? Não. Ela se mantinha firme na fé no Deus que Elizeu a ensinou a crer. A sunamita sabia que seu problema só podia ser resolvido pelo profeta, e nessa história o profeta representa Deus, e tem muita gente procurando saída para os problemas através de homens vivos e mortos, idiotas absolutos. Ela estava decidida a falar com Elizeu, e assim ela fez, pois chegando aos pés de Elizeu ela se jogou e chorou amarguradamente. Você já fez isso?

A sunamita tinha um coração decidido a encontrar a solução de seu problema e, diga-se de passagem, um grande problema.

4. UM CORAÇÃO TEMENTE A DEUS

Após a sunamita se jogar aos pés do profeta, Elizeu manda Jeazi ir até onde está o menino e colocar o seu cajado sobre o garoto, e ele viveria, mas Jeazi volta frustrado, uma vez que o menino não vota a vida. Mas é claro, Jeazi não foi com a mesma fé que a sunamita veio.

Algo interessante é que mesmo Elizeu tendo enviado a Jeazi, a sunamita diz que em hipótese alguma ela deixaria a Elizeu, pois era no profeta que sua fé estava firmada, o negocio dela era com Elizeu e não com Jeazi. E como eu disse o profeta era o representante de Jeová, a eu fico pensando em quantas pessoas acabam saindo dos pés do Senhor e indo aos pés e alguns “Jeazis da vida”.

Seja como a mulher que tinha um coração de mãe, venha ter um coração temente a Deus, confiando nele e esperando nele. Seja temente somente a Deus.

5. UM CORAÇÃO DE FÉ INABALÁVEL

A sunamita realmente tinha uma fé inabalável, largar o filho morto, viajar no lombo de um jumento 25 km, e enfim encarar o homem de Deus. Sim, realmente ela encarou a Elizeu.

Após conseguir parar de chorar a sunamita olha para Elizeu e diz para ele: “acaso eu te pedi algum filho?”. Realmente ela não havia pedido filho a Elizeu. Ela sabia que o que Deus deu Ele também se encarregará de cuidar. Ela veio requerer um direito, pois se ela não havendo pedido, mas ao agrado de Deus, através dão profeta tendo lhe dado, então ela creu que ainda não havia desfrutado totalmente do presente.

Hoje vemos um povo que só tem fé para ficar rico, e se esquecem que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e não buscam subir ao monte Carmelo.

CONCLUSÃO

Eu poderia falar da gentileza do coração da sunamita, ou da cordialidade em cuidar do profeta, do filho, do marido, da casa, e até de Jeazi, ou poderia falar da visão observadora em reconhecer que Elizeu era verdadeiramente homem de Deus, ou quem sabe sobre a generosidade em construir um quarto para o profeta, mostrando que ela não era apegada ao dinheiro, e até mesmo que a sunamita era uma mulher visionária, vendo que mesmo em meio às impossibilidades ela conseguiria a sua benção.

Eu não sei qual é o seu sonho, ou o que de maior valor você tem perdido, mas sei que o meu Deus ainda não mudou, Ele ainda é o mesmo e pode te ajudar, tão somente faça como a sunamita, tenha UM CORAÇÃO DE MÃE.

O VERDADEIRO CORAÇÃO DE MÃE

O coração de Jeová: que deu seu único filho por nós

O coração de Jesus: que deu sua própria vida por nós

O coração do Espírito Santo: que deixou o seu para gemer na terra por nós

Tenha um coração com todas as qualidades acima, e verás a glória de Deus.

|  Autor: Pr. Alexandre Augusto  |  Divulgação: estudosgospel.com.br |