Estudo Bíblico As Astutas Ciladas do Diabo
Talvez a arma mais poderosa de satanás na sua guerra contra a Igreja seja exatamente o erro religioso (Efésios 6:10-20). Talvez não haja uma arma mais eficaz do que esta: difundir o erro de tal forma que as pessoas fiquem confusas e, assim, a verdade do Evangelho e o progresso da Igreja seja obstaculado.
Vemos no texto de Efésios que o apóstolo Paulo nos adverte a estarmos prontos porque nós temos de lidar com um adversário astuto, muito mais poderoso do que nós e que emprega ciladas sutis, armadilhas espertas, disfarçadas. Creio que uma das mais eficazes ciladas que ele usa neste combate contra a Igreja é exatamente difundir o erro religioso em meio à Igreja para confundir as pessoas e para afastá-las da verdade de Deus. As heresias, o erro teológico têm sido usados pelo diabo contra a Igreja de Cristo desde que a Igreja nasceu. Ele tem afetado a Igreja e os crentes através da história.
O apóstolo João nos diz no livro de Apocalipse 12:9, na sua visão, que viu na ilha de Patmos uns espíritos que ele classifica como espíritos enganadores:
Vemos no texto de Efésios que o apóstolo Paulo nos adverte a estarmos prontos porque nós temos de lidar com um adversário astuto, muito mais poderoso do que nós e que emprega ciladas sutis, armadilhas espertas, disfarçadas. Creio que uma das mais eficazes ciladas que ele usa neste combate contra a Igreja é exatamente difundir o erro religioso em meio à Igreja para confundir as pessoas e para afastá-las da verdade de Deus. As heresias, o erro teológico têm sido usados pelo diabo contra a Igreja de Cristo desde que a Igreja nasceu. Ele tem afetado a Igreja e os crentes através da história.
O apóstolo João nos diz no livro de Apocalipse 12:9, na sua visão, que viu na ilha de Patmos uns espíritos que ele classifica como espíritos enganadores:
"E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo o mundo...". Apocalipse 12.9
E ainda no capítulo 13:11-15 ele diz que viu outra besta emergir da terra, descreve esta besta e diz no versículo 12 que ela exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. No versículo 13 diz que ela opera grandes sinais que faz com que os que habitam na terra façam imagens à besta, aquela que foi ferida a espada e sobreviveu. Então, João quando está narrando o conflito do diabo com a Igreja, ele menciona esta capacidade e este poder do diabo em produzir sinais, prodígios e ensinos de mentira com o propósito de desviar a Igreja da presença de Deus ou da verdade de Deus. Por isso, precisamos estar alerta.
Nosso texto nos adverte contra estas coisas. Muitas pessoas têm caído, na igreja, vítimas das ciladas do erro religioso. Não somente das seitas que estão lá fora, mas do erro religioso que brota dentro da igreja. Creio que faz parte de tomar a armadura de Deus prepararmo-nos conhecendo as estratégias de satanás sobre este assunto. Hoje tem sido muito pouco enfatizado no moderno Movimento de Batalha Espiritual este aspecto que eu considero importante. Embora estejamos gratos porque o movimento tem despertado a igreja para o conflito em que ela se encontra, por outro lado observamos uma fraqueza neste movimento que é identificar a obra maligna em apenas questões como a doença, problemas físicos e ocasionais, esquecendo-se que a maior arma do diabo, que sua maior estratégia é exatamente o erro religioso; a difusão da mentira e que contra isso não existe uma solução fácil como amarrar esse ou aquele demônio de mentira. Não existe uma solução fácil de determinar que o demônio pare com isso. A única solução é que a Igreja se vista da verdade. Veja que esta é a primeira peça que Paulo nomeia na armadura - a verdade. Isto é muito importante! Ele começa exatamente com a verdade, pois só quando a Igreja professa e crê na verdade é que ela tem condições de resistir ao erro religioso. Ela pode "amarrar" quantos demônios queira e possa, determinar e declarar a queda de quantas fortalezas existam, pode fazer tudo isso, mas se ela não se revestir da VERDADE da Escritura, de nada valerão estas declarações.
Portanto, creio que faz parte do equipamento da Igreja, na sua luta contra as hostes das trevas, conhecer as astutas ciladas do diabo à medida que ele prossegue difundindo o erro, quer sejam difundidos através das seitas conhecidas, como também dentro da própria igreja.
Para que vejam a situação difícil que enfrentamos, conto um fato vivido no Rio de Janeiro, junto com outros colegas, quando fazíamos uma série de palestras e eu interpretava um pastor e professor americano que estava falando exatamente sobre esta questão toda de erros doutrinários. Antes da palestra começar, aproximou-se de mim uma senhora muito crente e dedicada e me disse: "Pastor, eu quero lhe mostrar um livro excelente, que me tem trazido edificação e inclusive o estou usando para evangelizar uma pessoa". Nesse momento me mostra um livro de Benny Hinn, chamado Bom Dia Espírito Santo e repetiu as palavras que colocavam o livro como um grande alimento para sua vida espiritual. Eu ainda não havia lido o livro e por isso não disse nada. Por "coincidência", a palestra do professor americano, naquela manhã, mencionou exatamente aquele livro dizendo que o autor, nos Estados Unidos, após a publicação do livro, foi "encostado na parede" pelos evangélicos ortodoxos exigindo que ele se retratasse de uma heresia histórica que está no livro. Benny Hinn cedeu em parte, e a outra edição do mesmo livro já vem um pouco alterada. Quando terminou a palestra a senhora me procurou e disse: "Pastor, esse livro eu não vou ler mais pois eu não sabia destes erros todos". Benny Hinn tem ensinado uma heresia histórica sobre o Espírito Santo, declarada como heresia pela Igreja há séculos. Só que desta vez ela vem num "envelope" muito bonito misturada com verdades a que nosso coração e mente dizem "sim". Muitas vezes absorvemos tudo isso inocentemente, sem crítica, sem preparo doutrinário nenhum. Muitos outros exemplos poderiam ser citados de como o ensino religioso errado, que sempre vem camuflado com um "envelope" de verdade, pode induzir pessoas a cair no erro. Não estou dizendo que ele fez isso debaixo da influência do demônio, mas estou dizendo que toda mentira procede do diabo. Na hora em que estamos escrevendo alguma coisa errada, em que estamos propagando o erro, em certo sentido, estamos nos aliando ao pai da mentira, como diz a Escritura. Portanto, como parte da nossa luta que estamos travando devemos estar alerta para este tipo de coisa.
Hoje em dia essa coisa não é bem aceita na Igreja porque o espírito atual é de indefinição. As pessoas não querem saber de precisão doutrinária, de exatidão e formulações doutrinárias. Preferem um evangelicalismo vago e sem muita definição. Estão sob um "guarda-chuva", debaixo do qual, estão pessoas com as mais diferentes convicções, algumas delas até heréticas, vivendo harmoniosamente. Mas posso lhes assegurar que não foi assim na fundação da nossa igreja e quando ela recebeu sua formatação teológica através da Confissão de Fé de Westminster. As pessoas que estavam presentes àquela assembléia e escreveram os documentos da nossa Igreja foram chamados de os Puritanos ou mais precisamente preciosistas. Sabe por que colocaram este apelido pejorativo (preciosistas) nos Puritanos, que também foi um apelido colocado pejorativamente? Porque eles faziam questão de definir a doutrina. Faziam questão de chegar a uma formulação doutrinária o tanto quanto possível exata com a Palavra de Deus. E faziam questão de que a unidade da Igreja fosse feita em cima destas verdades auferidas da Palavra, através da exegese correta. Os tempos mudaram e o que vemos hoje é uma falta de definição, uma falta de precisão e profundidade teológica. Digo isso por amor à Igreja, e não estou querendo generalizar, pois existem exceções, pelas quais damos graças a Deus, mas creio que concordarão comigo que esse é o "espírito da época". Um espírito que foge de definição, de uma aferição exata dos posicionamentos doutrinários.
Creio que o diabo se aproveita disso na sua luta contra a Igreja. Por isso, não é à toa que o apóstolo Paulo nos diz que quando vamos vestir a armadura de Deus, a primeira coisa pela qual começamos é pela verdade. No texto Paulo não se refere à verdade ética, não é o crente falando sempre a verdade e não mentir, ou o oposto da mentira. Mas, ali verdade é a verdade de Deus, um outro nome para a sã doutrina, para o Evangelho entendido como um corpo doutrinário revelado e que tem de ser crido pela Igreja.
Vamos olhar para esta astuta cilada do diabo que nós cremos que é mais eficaz para ele. O que o diabo quer com tudo isso? O que ele deseja, o que as hostes malignas querem é impedir que os homens venham a conhecer a verdade pura. Toda obra de Cristo, tudo que Ele fez na cruz do Calvário, e o grande plano de Deus de redenção serão absolutamente inúteis para a salvação, se em primeiro lugar os pecadores não tomarem conhecimento dele e em segundo lugar, se eles tomarem um conhecimento deturpado. Nos dois casos se torna inútil em termos de efeito. O diabo sabe disso. Em Romanos 10:13-15, Paulo pergunta: "...como ouvirão, se não há quem pregue?". Ele começa dizendo como serão salvos se não podem clamar àquele de quem ouviram? Ali, Paulo está dizendo que a salvação, em termos práticos, em termos do seu efeito, depende da pregação. A isso acrescentamos, com base em outras passagens da Escritura, que quando Satanás não pode impedir que o Evangelho seja anunciado, sem dúvida nenhuma, ele vai tentar deturpar a mensagem do evangelho porque no fim o efeito será o mesmo. As pessoas não ouvirão a pura verdade de Deus mas uma mentira e ficarão confusos. O resultado é que não vão querer ouvir mais nada. Isso o diabo tentará fazer.
Dessa forma Satanás concentra-se em primeiro lugar em impedir que o Evangelho se alastre e que os pecadores creiam. Primeiro Satanás oferece resistência aos verdadeiros pregadores, aos verdadeiros evangelistas, aos verdadeiros pastores e missionários que através do mundo todo tentam levar aos pecadores, aos perdidos, a mensagem de redenção que há em Cristo Jesus. Isso o apóstolo Paulo afirma em I Ts 2:18, onde ele escrevendo àquela igreja e explicando por que ele não havia ainda voltado ali, diz o seguinte:
Paulo reconheceu que o impedimento de ir a Tessalônica foi uma oposição satânica. Ele não conseguiu voltar a Tessalônica e por isso escreve a sua segunda carta antes de voltar a esta cidade mais tarde. Mas, o ponto é que, à medida que Paulo quer desenvolver o seu trabalho, ele encontra oposição satânica. "Satanás me barrou o caminho...".
Isto o diabo faz e não somente isto, ele, em segundo lugar, ataca a pessoa do pregador querendo colocar obstáculos no seu caminho, porém ele cega o entendimento das pessoas. Paulo diz na sua segunda carta aos Corintos no capítulo 4:3-4:
Por que tantas pessoas inteligentes ouvem a mensagem do evangelho mais de uma vez e não conseguem compreender e aceitar ou se mover ou se decidir? A resposta é uma só: que os poderes malignos e tenebrosos que ocupam nosso mundo e o dominam, cegam os entendimentos dos incrédulos; fecham os olhos e não permitem ver o que é óbvio, o que é claro. O diabo faz isso.
Em terceiro lugar, outra coisa que ele faz para impedir a propagação do evangelho é desfazer a obra da Palavra de Deus. Em Lucas 8, Jesus conta na parábola do semeador que algumas sementes caem à beira do caminho e os pássaros as levam. Isso significa que as pessoas que crêem no evangelho, pelo menos no interesse inicial, são roubadas pelo diabo na Palavra. O diabo rouba-lhes a Palavra. Jesus compara a atividade daqueles pássaros, tirando a semente e impedindo que ela germine, à obra do maligno, do diabo, tirando o que é plantado no coração das pessoas para que elas não venham a crer na verdade do evangelho. Isso o diabo faz de várias formas. Distrai a atenção do ouvinte que escuta a mensagem evangelística; ou quando a pessoa sai, o efeito é anulado, pois logo em seguida se encontra com alguém que o desencaminha e o que ouviu é "arrebatado" do seu coração, dos seus ouvidos e a Palavra não faz efeito.
Quando o diabo não consegue que isso ocorra, quando ele não consegue impedir que o evangelho seja divulgado, usa outra estratégia que é difundir o erro religioso para causar confusão. Já que não pode impedir que o evangelho puro avance, pelo menos causa confusão na mente das pessoas, dentro e fora da Igreja. Por isso, como pai da mentira, é também o pai do erro religioso. Em Mateus 13 Jesus nos conta a parábola do joio. Esta parábola é importante, pois nela temos uma descrição da obra do maligno em difundir o erro religioso e perturbar a vida da igreja.
Ele dá a explicação a partir do versículo 36:
Jesus está dizendo que é dentro do reino de Deus, no progresso do reino de Deus, na Igreja, que o diabo tem colocado seus agentes difusores da mentira, que aqui Jesus chama de filhos do maligno, o joio, que é uma erva daninha amargosa, distinta do trigo apenas quando ambas chegam a certa idade. Isso se fazia quando alguém tinha ódio a outro, no oriente, naquela época e, em lugar de colocar fogo na plantação do inimigo, tinha uma vingança maior: semeava joio no meio do trigal pois no início não se percebia tanto. O joio quando começa a crescer é muito semelhante ao trigo, mas depois, quando cresce, vê-se a diferença, mas é quase impossível fazer a distinção apropriada e só se percebia a desgraça na hora da ceifa, quando não se tinha mais o que fazer. Essa era a vingança: semear o joio no meio do trigo. Exatamente isso o diabo faz ao semear no reino de Deus, a mentira e o erro religioso e colocando pessoas que lhe pertencem. O desejo é confundir, contaminar, para que não se possa fazer a colheita correta. Esta é estratégia do diabo. Ele confunde as pessoas com uma variedade de ensinos. Corrompe a verdade bíblica em cada geração e divulga o erro na Igreja. Estas são suas astutas ciladas.
Pensemos mais nestas ciladas do diabo. Quais os instrumentos que Satanás usa? Paulo em I Timóteo capítulo 4, menciona os agentes diretos do diabo nesse propósito.
Paulo fala aqui de espíritos enganadores e de demônios que são capazes de produzir doutrina. Não pensem que o diabo não conhece teologia, conhece muito mais do que nós, mesmo que tenhamos Ph. D. em teologia. A verdade é que ele a tudo supera. Sabe muito bem tudo, melhor do que qualquer teólogo na face da terra porque ele testemunha desde a criação do mundo todo o processo e evolução da verdade. O diabo como pai do erro religioso usa através de espíritos enganadores o engano religioso. O maior laboratório teológico de todo mundo são as portas do inferno, lá no gabinete de Satanás, são produzidos o erro religioso, a heresia religiosa, o engano e confusão religiosa. Produzem falsos sinais e prodígios porque o diabo sabe que o homem facilmente se impressiona com isso e para dar autoridade à mentira que ele deseja difundir, ele a autentica através de coisas extraordinárias, de sinais e prodígios. Ele faz assim e até mesmo dá uma falsa sensação de paz e alegria. Eu ainda não encontrei um membro de qualquer seita religiosa que seja claramente herética, que não diga que tem paz, pelo contrário, todos afirmam que têm paz profunda, alegria e senso de realização profundos. Se você conversar com estas pessoas ouvirá que é assim. Lembro-me de um rapaz, em um acampamento e que era de uma seita. Conversei com ele e o abordei sobre o assunto, começando erradamente e perguntado se ele tinha paz. Eu esperava que ele dissesse que não tinha, mas sua resposta foi oposta, pois afirmou que tinha muita paz e que estava feliz na sua seita, nos seus ensinos; que antes não tinha paz, mas agora tinha. Então, minha abordagem caiu por terra porque eu não estava ciente de que estas seitas ensinam e fornecem às pessoas uma certa sensação de bem-estar, de paz e alegria.
O que quero dizer primeiramente é que a Bíblia nos ensina que o diabo age diretamente na Igreja através desses espíritos enganadores que produzem doutrina; espíritos de mentira que difundem o erro religioso. Como eles fazem isso? Demônio não escreve livro de teologia. Ele age através de homens e mulheres que se prestam a esse tipo de coisa. Há dois tipos de pessoas que são usadas para difusão do erro na Igreja.
Primeiro há o tipo sincero. São pessoas absolutamente sinceras mas que vieram a cair vítimas do erro dentro da própria Igreja. Em segundo lugar há aquele que de certa forma caiu nesta rede do erro religioso. Isso aconteceu no século passado com um pastor que viveu logo após o grande pastor batista Charles Spurgeon da Inglaterra. Ele praticamente sucedeu Spurgeon, e era pastor da Igreja Presbiteriana. Seu nome era Edward Irving. Começou como assistente do grande teólogo Chalmers e quando Chalmers morreu Irving assumiu o púlpito da Igreja e, em menos de um ano, triplicou o número dos que assistiam à Igreja, porque Irving tinha tudo para ser um sucesso a nível de Inglaterra, até mais do que Spurgeon. Era bonito, tinha dons de eloqüência extraordinários, um grande pregador, tinha uma mensagem apaixonada, viril, definida e pregava o que se precisava pregar. Ele era calvinista e pregava como toda ênfase. No início do seu ministério atraia multidões, até de pessoas de outras localidades iam a Londres para ouvir Irving. Mas ele foi depois chamado de o precursor do movimento carismático quando este movimento nem ainda existia, pois só veio a existir em 1906. Edward Irving começou uma associação com os Irmãos de Plymouth que era um grupo que tinha umas idéias estranhas sobre escatologia (volta secreta de Cristo). Ele defendia que a volta de Cristo estava totalmente "as portas", que era iminente e que Cristo estava para voltar em um ano ou dois e antes seriam restaurados à Igreja todos os dons apostólicos como estavam narrados no N. T., inclusive o dom de apóstolo e de profeta. Dessa forma Irving abriu as portas de sua Igreja para que se formasse um grupo que ficou conhecido como os doze apóstolos; abriu também as portas para um grupo que se tornou conhecido como "os profetas", que à semelhança dos antigos profetas do A. T. se levantavam e vaticinavam sobre a vida das pessoas. Irving não se considerava propriamente um apóstolo nem um profeta, embora permitisse o falar em línguas em sua congregação apesar de ele mesmo não falar. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Irving começou a mudar a sua pregação e ensinava que Cristo quando encarnou assumiu uma natureza pecaminosa, que Cristo tinha de fato uma natureza pecaminosa e que Ele não só tinha assumido a fraqueza da natureza humana, mas também o próprio pecado da natureza humana. Os problemas surgiram para Irving e o presbitério o disciplinou por heresia. Dessa forma ele saiu e fundou a Igreja Apostólica, por causa desses apóstolos e finalmente esses apóstolos tomaram conta da Igreja e expulsaram o próprio Irving da igreja que ele tinha começado. Irving morreu antes dos 40 anos de idade doente de pneumonia orando para que Deus o curasse e sem saber por que Deus não o estava curando, pois ele defendia que o dom de cura havia sido restabelecido na igreja e que Deus curava exatamente da mesma forma como curou no período apostólico.
Irving era sincero. Mas não basta ser sincero, é necessário estar firmado na Escritura, na Palavra de Deus. Infelizmente nosso povo é tão impressionável. Basta que alguém conte seu testemunho, que teve esta ou aquela revelação e as pessoas logo lhe dão crédito. Mas tudo isso não é prova da verdade. Uma pessoa pode se sentir muito bem e mesmo assim estar errada.
Mas há, em segundo lugar, aqueles que têm a mente cauterizada, que sabem que estão dizendo mentiras, mas não se importam, e que têm fins lucrativos. Paulo disse que estes pensam que piedade é fonte de lucro, homens apóstatas dentro da Igreja e que sabem que estão dizendo a mentira.
Nós vemos que no V. T. os falsos profetas e profetisas surgidos de dentro do povo de Deus, foram usados pelo diabo para tentar destruir o povo de Deus. Jeremias se levantou contra os falsos profetas que diziam falar da parte de Deus quando profetizavam paz para o povo. Jeremias sozinho dizia que não havia paz, nenhuma paz, mas que Deus estava irado com o povo. Os falsos profetas levavam o povo cada vez mais para baixo da ira santa de Deus. Balaão foi um exemplo disso. A história da Igreja nos revela homens com a mente cauterizada, com fins e propósitos de lucro pessoal, sem se importarem com a verdade, com Deus e a Igreja. Eles querem popularidade, querem ter o seu lucro. Jesus nos alertou contra esse tipo de gente em Mateus 24:24:
Nosso texto nos adverte contra estas coisas. Muitas pessoas têm caído, na igreja, vítimas das ciladas do erro religioso. Não somente das seitas que estão lá fora, mas do erro religioso que brota dentro da igreja. Creio que faz parte de tomar a armadura de Deus prepararmo-nos conhecendo as estratégias de satanás sobre este assunto. Hoje tem sido muito pouco enfatizado no moderno Movimento de Batalha Espiritual este aspecto que eu considero importante. Embora estejamos gratos porque o movimento tem despertado a igreja para o conflito em que ela se encontra, por outro lado observamos uma fraqueza neste movimento que é identificar a obra maligna em apenas questões como a doença, problemas físicos e ocasionais, esquecendo-se que a maior arma do diabo, que sua maior estratégia é exatamente o erro religioso; a difusão da mentira e que contra isso não existe uma solução fácil como amarrar esse ou aquele demônio de mentira. Não existe uma solução fácil de determinar que o demônio pare com isso. A única solução é que a Igreja se vista da verdade. Veja que esta é a primeira peça que Paulo nomeia na armadura - a verdade. Isto é muito importante! Ele começa exatamente com a verdade, pois só quando a Igreja professa e crê na verdade é que ela tem condições de resistir ao erro religioso. Ela pode "amarrar" quantos demônios queira e possa, determinar e declarar a queda de quantas fortalezas existam, pode fazer tudo isso, mas se ela não se revestir da VERDADE da Escritura, de nada valerão estas declarações.
Portanto, creio que faz parte do equipamento da Igreja, na sua luta contra as hostes das trevas, conhecer as astutas ciladas do diabo à medida que ele prossegue difundindo o erro, quer sejam difundidos através das seitas conhecidas, como também dentro da própria igreja.
Para que vejam a situação difícil que enfrentamos, conto um fato vivido no Rio de Janeiro, junto com outros colegas, quando fazíamos uma série de palestras e eu interpretava um pastor e professor americano que estava falando exatamente sobre esta questão toda de erros doutrinários. Antes da palestra começar, aproximou-se de mim uma senhora muito crente e dedicada e me disse: "Pastor, eu quero lhe mostrar um livro excelente, que me tem trazido edificação e inclusive o estou usando para evangelizar uma pessoa". Nesse momento me mostra um livro de Benny Hinn, chamado Bom Dia Espírito Santo e repetiu as palavras que colocavam o livro como um grande alimento para sua vida espiritual. Eu ainda não havia lido o livro e por isso não disse nada. Por "coincidência", a palestra do professor americano, naquela manhã, mencionou exatamente aquele livro dizendo que o autor, nos Estados Unidos, após a publicação do livro, foi "encostado na parede" pelos evangélicos ortodoxos exigindo que ele se retratasse de uma heresia histórica que está no livro. Benny Hinn cedeu em parte, e a outra edição do mesmo livro já vem um pouco alterada. Quando terminou a palestra a senhora me procurou e disse: "Pastor, esse livro eu não vou ler mais pois eu não sabia destes erros todos". Benny Hinn tem ensinado uma heresia histórica sobre o Espírito Santo, declarada como heresia pela Igreja há séculos. Só que desta vez ela vem num "envelope" muito bonito misturada com verdades a que nosso coração e mente dizem "sim". Muitas vezes absorvemos tudo isso inocentemente, sem crítica, sem preparo doutrinário nenhum. Muitos outros exemplos poderiam ser citados de como o ensino religioso errado, que sempre vem camuflado com um "envelope" de verdade, pode induzir pessoas a cair no erro. Não estou dizendo que ele fez isso debaixo da influência do demônio, mas estou dizendo que toda mentira procede do diabo. Na hora em que estamos escrevendo alguma coisa errada, em que estamos propagando o erro, em certo sentido, estamos nos aliando ao pai da mentira, como diz a Escritura. Portanto, como parte da nossa luta que estamos travando devemos estar alerta para este tipo de coisa.
Hoje em dia essa coisa não é bem aceita na Igreja porque o espírito atual é de indefinição. As pessoas não querem saber de precisão doutrinária, de exatidão e formulações doutrinárias. Preferem um evangelicalismo vago e sem muita definição. Estão sob um "guarda-chuva", debaixo do qual, estão pessoas com as mais diferentes convicções, algumas delas até heréticas, vivendo harmoniosamente. Mas posso lhes assegurar que não foi assim na fundação da nossa igreja e quando ela recebeu sua formatação teológica através da Confissão de Fé de Westminster. As pessoas que estavam presentes àquela assembléia e escreveram os documentos da nossa Igreja foram chamados de os Puritanos ou mais precisamente preciosistas. Sabe por que colocaram este apelido pejorativo (preciosistas) nos Puritanos, que também foi um apelido colocado pejorativamente? Porque eles faziam questão de definir a doutrina. Faziam questão de chegar a uma formulação doutrinária o tanto quanto possível exata com a Palavra de Deus. E faziam questão de que a unidade da Igreja fosse feita em cima destas verdades auferidas da Palavra, através da exegese correta. Os tempos mudaram e o que vemos hoje é uma falta de definição, uma falta de precisão e profundidade teológica. Digo isso por amor à Igreja, e não estou querendo generalizar, pois existem exceções, pelas quais damos graças a Deus, mas creio que concordarão comigo que esse é o "espírito da época". Um espírito que foge de definição, de uma aferição exata dos posicionamentos doutrinários.
Creio que o diabo se aproveita disso na sua luta contra a Igreja. Por isso, não é à toa que o apóstolo Paulo nos diz que quando vamos vestir a armadura de Deus, a primeira coisa pela qual começamos é pela verdade. No texto Paulo não se refere à verdade ética, não é o crente falando sempre a verdade e não mentir, ou o oposto da mentira. Mas, ali verdade é a verdade de Deus, um outro nome para a sã doutrina, para o Evangelho entendido como um corpo doutrinário revelado e que tem de ser crido pela Igreja.
Vamos olhar para esta astuta cilada do diabo que nós cremos que é mais eficaz para ele. O que o diabo quer com tudo isso? O que ele deseja, o que as hostes malignas querem é impedir que os homens venham a conhecer a verdade pura. Toda obra de Cristo, tudo que Ele fez na cruz do Calvário, e o grande plano de Deus de redenção serão absolutamente inúteis para a salvação, se em primeiro lugar os pecadores não tomarem conhecimento dele e em segundo lugar, se eles tomarem um conhecimento deturpado. Nos dois casos se torna inútil em termos de efeito. O diabo sabe disso. Em Romanos 10:13-15, Paulo pergunta: "...como ouvirão, se não há quem pregue?". Ele começa dizendo como serão salvos se não podem clamar àquele de quem ouviram? Ali, Paulo está dizendo que a salvação, em termos práticos, em termos do seu efeito, depende da pregação. A isso acrescentamos, com base em outras passagens da Escritura, que quando Satanás não pode impedir que o Evangelho seja anunciado, sem dúvida nenhuma, ele vai tentar deturpar a mensagem do evangelho porque no fim o efeito será o mesmo. As pessoas não ouvirão a pura verdade de Deus mas uma mentira e ficarão confusos. O resultado é que não vão querer ouvir mais nada. Isso o diabo tentará fazer.
Dessa forma Satanás concentra-se em primeiro lugar em impedir que o Evangelho se alastre e que os pecadores creiam. Primeiro Satanás oferece resistência aos verdadeiros pregadores, aos verdadeiros evangelistas, aos verdadeiros pastores e missionários que através do mundo todo tentam levar aos pecadores, aos perdidos, a mensagem de redenção que há em Cristo Jesus. Isso o apóstolo Paulo afirma em I Ts 2:18, onde ele escrevendo àquela igreja e explicando por que ele não havia ainda voltado ali, diz o seguinte:
"Por isto quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho". I Ts 2:18
Paulo reconheceu que o impedimento de ir a Tessalônica foi uma oposição satânica. Ele não conseguiu voltar a Tessalônica e por isso escreve a sua segunda carta antes de voltar a esta cidade mais tarde. Mas, o ponto é que, à medida que Paulo quer desenvolver o seu trabalho, ele encontra oposição satânica. "Satanás me barrou o caminho...".
Isto o diabo faz e não somente isto, ele, em segundo lugar, ataca a pessoa do pregador querendo colocar obstáculos no seu caminho, porém ele cega o entendimento das pessoas. Paulo diz na sua segunda carta aos Corintos no capítulo 4:3-4:
"Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". 2 Corintos 4.3-4
Por que tantas pessoas inteligentes ouvem a mensagem do evangelho mais de uma vez e não conseguem compreender e aceitar ou se mover ou se decidir? A resposta é uma só: que os poderes malignos e tenebrosos que ocupam nosso mundo e o dominam, cegam os entendimentos dos incrédulos; fecham os olhos e não permitem ver o que é óbvio, o que é claro. O diabo faz isso.
Em terceiro lugar, outra coisa que ele faz para impedir a propagação do evangelho é desfazer a obra da Palavra de Deus. Em Lucas 8, Jesus conta na parábola do semeador que algumas sementes caem à beira do caminho e os pássaros as levam. Isso significa que as pessoas que crêem no evangelho, pelo menos no interesse inicial, são roubadas pelo diabo na Palavra. O diabo rouba-lhes a Palavra. Jesus compara a atividade daqueles pássaros, tirando a semente e impedindo que ela germine, à obra do maligno, do diabo, tirando o que é plantado no coração das pessoas para que elas não venham a crer na verdade do evangelho. Isso o diabo faz de várias formas. Distrai a atenção do ouvinte que escuta a mensagem evangelística; ou quando a pessoa sai, o efeito é anulado, pois logo em seguida se encontra com alguém que o desencaminha e o que ouviu é "arrebatado" do seu coração, dos seus ouvidos e a Palavra não faz efeito.
Quando o diabo não consegue que isso ocorra, quando ele não consegue impedir que o evangelho seja divulgado, usa outra estratégia que é difundir o erro religioso para causar confusão. Já que não pode impedir que o evangelho puro avance, pelo menos causa confusão na mente das pessoas, dentro e fora da Igreja. Por isso, como pai da mentira, é também o pai do erro religioso. Em Mateus 13 Jesus nos conta a parábola do joio. Esta parábola é importante, pois nela temos uma descrição da obra do maligno em difundir o erro religioso e perturbar a vida da igreja.
"outra parábola lhes propôs dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no campo; mas enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso." (Mt 13:24-28)
Ele dá a explicação a partir do versículo 36:
"Então, despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E chegando-se a Ele os seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo. E Ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino (os que seguem a Jesus); o joio são os filhos do maligno; o inimigo que semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, os ceifeiros são os anjos" (36-39).
Jesus está dizendo que é dentro do reino de Deus, no progresso do reino de Deus, na Igreja, que o diabo tem colocado seus agentes difusores da mentira, que aqui Jesus chama de filhos do maligno, o joio, que é uma erva daninha amargosa, distinta do trigo apenas quando ambas chegam a certa idade. Isso se fazia quando alguém tinha ódio a outro, no oriente, naquela época e, em lugar de colocar fogo na plantação do inimigo, tinha uma vingança maior: semeava joio no meio do trigal pois no início não se percebia tanto. O joio quando começa a crescer é muito semelhante ao trigo, mas depois, quando cresce, vê-se a diferença, mas é quase impossível fazer a distinção apropriada e só se percebia a desgraça na hora da ceifa, quando não se tinha mais o que fazer. Essa era a vingança: semear o joio no meio do trigo. Exatamente isso o diabo faz ao semear no reino de Deus, a mentira e o erro religioso e colocando pessoas que lhe pertencem. O desejo é confundir, contaminar, para que não se possa fazer a colheita correta. Esta é estratégia do diabo. Ele confunde as pessoas com uma variedade de ensinos. Corrompe a verdade bíblica em cada geração e divulga o erro na Igreja. Estas são suas astutas ciladas.
Pensemos mais nestas ciladas do diabo. Quais os instrumentos que Satanás usa? Paulo em I Timóteo capítulo 4, menciona os agentes diretos do diabo nesse propósito.
"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência..." I Timóteo 4
Paulo fala aqui de espíritos enganadores e de demônios que são capazes de produzir doutrina. Não pensem que o diabo não conhece teologia, conhece muito mais do que nós, mesmo que tenhamos Ph. D. em teologia. A verdade é que ele a tudo supera. Sabe muito bem tudo, melhor do que qualquer teólogo na face da terra porque ele testemunha desde a criação do mundo todo o processo e evolução da verdade. O diabo como pai do erro religioso usa através de espíritos enganadores o engano religioso. O maior laboratório teológico de todo mundo são as portas do inferno, lá no gabinete de Satanás, são produzidos o erro religioso, a heresia religiosa, o engano e confusão religiosa. Produzem falsos sinais e prodígios porque o diabo sabe que o homem facilmente se impressiona com isso e para dar autoridade à mentira que ele deseja difundir, ele a autentica através de coisas extraordinárias, de sinais e prodígios. Ele faz assim e até mesmo dá uma falsa sensação de paz e alegria. Eu ainda não encontrei um membro de qualquer seita religiosa que seja claramente herética, que não diga que tem paz, pelo contrário, todos afirmam que têm paz profunda, alegria e senso de realização profundos. Se você conversar com estas pessoas ouvirá que é assim. Lembro-me de um rapaz, em um acampamento e que era de uma seita. Conversei com ele e o abordei sobre o assunto, começando erradamente e perguntado se ele tinha paz. Eu esperava que ele dissesse que não tinha, mas sua resposta foi oposta, pois afirmou que tinha muita paz e que estava feliz na sua seita, nos seus ensinos; que antes não tinha paz, mas agora tinha. Então, minha abordagem caiu por terra porque eu não estava ciente de que estas seitas ensinam e fornecem às pessoas uma certa sensação de bem-estar, de paz e alegria.
O que quero dizer primeiramente é que a Bíblia nos ensina que o diabo age diretamente na Igreja através desses espíritos enganadores que produzem doutrina; espíritos de mentira que difundem o erro religioso. Como eles fazem isso? Demônio não escreve livro de teologia. Ele age através de homens e mulheres que se prestam a esse tipo de coisa. Há dois tipos de pessoas que são usadas para difusão do erro na Igreja.
Primeiro há o tipo sincero. São pessoas absolutamente sinceras mas que vieram a cair vítimas do erro dentro da própria Igreja. Em segundo lugar há aquele que de certa forma caiu nesta rede do erro religioso. Isso aconteceu no século passado com um pastor que viveu logo após o grande pastor batista Charles Spurgeon da Inglaterra. Ele praticamente sucedeu Spurgeon, e era pastor da Igreja Presbiteriana. Seu nome era Edward Irving. Começou como assistente do grande teólogo Chalmers e quando Chalmers morreu Irving assumiu o púlpito da Igreja e, em menos de um ano, triplicou o número dos que assistiam à Igreja, porque Irving tinha tudo para ser um sucesso a nível de Inglaterra, até mais do que Spurgeon. Era bonito, tinha dons de eloqüência extraordinários, um grande pregador, tinha uma mensagem apaixonada, viril, definida e pregava o que se precisava pregar. Ele era calvinista e pregava como toda ênfase. No início do seu ministério atraia multidões, até de pessoas de outras localidades iam a Londres para ouvir Irving. Mas ele foi depois chamado de o precursor do movimento carismático quando este movimento nem ainda existia, pois só veio a existir em 1906. Edward Irving começou uma associação com os Irmãos de Plymouth que era um grupo que tinha umas idéias estranhas sobre escatologia (volta secreta de Cristo). Ele defendia que a volta de Cristo estava totalmente "as portas", que era iminente e que Cristo estava para voltar em um ano ou dois e antes seriam restaurados à Igreja todos os dons apostólicos como estavam narrados no N. T., inclusive o dom de apóstolo e de profeta. Dessa forma Irving abriu as portas de sua Igreja para que se formasse um grupo que ficou conhecido como os doze apóstolos; abriu também as portas para um grupo que se tornou conhecido como "os profetas", que à semelhança dos antigos profetas do A. T. se levantavam e vaticinavam sobre a vida das pessoas. Irving não se considerava propriamente um apóstolo nem um profeta, embora permitisse o falar em línguas em sua congregação apesar de ele mesmo não falar. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Irving começou a mudar a sua pregação e ensinava que Cristo quando encarnou assumiu uma natureza pecaminosa, que Cristo tinha de fato uma natureza pecaminosa e que Ele não só tinha assumido a fraqueza da natureza humana, mas também o próprio pecado da natureza humana. Os problemas surgiram para Irving e o presbitério o disciplinou por heresia. Dessa forma ele saiu e fundou a Igreja Apostólica, por causa desses apóstolos e finalmente esses apóstolos tomaram conta da Igreja e expulsaram o próprio Irving da igreja que ele tinha começado. Irving morreu antes dos 40 anos de idade doente de pneumonia orando para que Deus o curasse e sem saber por que Deus não o estava curando, pois ele defendia que o dom de cura havia sido restabelecido na igreja e que Deus curava exatamente da mesma forma como curou no período apostólico.
Irving era sincero. Mas não basta ser sincero, é necessário estar firmado na Escritura, na Palavra de Deus. Infelizmente nosso povo é tão impressionável. Basta que alguém conte seu testemunho, que teve esta ou aquela revelação e as pessoas logo lhe dão crédito. Mas tudo isso não é prova da verdade. Uma pessoa pode se sentir muito bem e mesmo assim estar errada.
Mas há, em segundo lugar, aqueles que têm a mente cauterizada, que sabem que estão dizendo mentiras, mas não se importam, e que têm fins lucrativos. Paulo disse que estes pensam que piedade é fonte de lucro, homens apóstatas dentro da Igreja e que sabem que estão dizendo a mentira.
Nós vemos que no V. T. os falsos profetas e profetisas surgidos de dentro do povo de Deus, foram usados pelo diabo para tentar destruir o povo de Deus. Jeremias se levantou contra os falsos profetas que diziam falar da parte de Deus quando profetizavam paz para o povo. Jeremias sozinho dizia que não havia paz, nenhuma paz, mas que Deus estava irado com o povo. Os falsos profetas levavam o povo cada vez mais para baixo da ira santa de Deus. Balaão foi um exemplo disso. A história da Igreja nos revela homens com a mente cauterizada, com fins e propósitos de lucro pessoal, sem se importarem com a verdade, com Deus e a Igreja. Eles querem popularidade, querem ter o seu lucro. Jesus nos alertou contra esse tipo de gente em Mateus 24:24:
"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos". Mateus 24.24
Jesus antecipou que isso aconteceria na Igreja.
Hoje, se perguntarmos as pessoas onde isso está acontecendo nas igrejas históricas, receberemos a resposta de que nada disso está acontecendo. Elas não vêem nada de errado e que tudo está bem. Mas a verdade é bem diferente. Penso que, quando Jesus disse que haveria falsos mestres e falsos profetas fazendo sinais e prodígios que, se possível, enganaria os próprios eleitos, ele não estava querendo brincar com nosso sentimentos, mas estava querendo dar-nos um alerta genuíno e verdadeiro e que esse tipo de coisa deveria acontecer na história da Igreja. Às vezes a palavra de Jesus não tem sido levada tão a sério como nós pensamos. Em atos 20:29-30, o apóstolo Paulo exorta aos presbíteros da Igreja de Éfeso a se cuidarem dos falsos ensinos que certamente haveriam de entrar. Ele diz:
Hoje, se perguntarmos as pessoas onde isso está acontecendo nas igrejas históricas, receberemos a resposta de que nada disso está acontecendo. Elas não vêem nada de errado e que tudo está bem. Mas a verdade é bem diferente. Penso que, quando Jesus disse que haveria falsos mestres e falsos profetas fazendo sinais e prodígios que, se possível, enganaria os próprios eleitos, ele não estava querendo brincar com nosso sentimentos, mas estava querendo dar-nos um alerta genuíno e verdadeiro e que esse tipo de coisa deveria acontecer na história da Igreja. Às vezes a palavra de Jesus não tem sido levada tão a sério como nós pensamos. Em atos 20:29-30, o apóstolo Paulo exorta aos presbíteros da Igreja de Éfeso a se cuidarem dos falsos ensinos que certamente haveriam de entrar. Ele diz:
"Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". Atos 20.29-30
Eles têm um propósito: arrastar os discípulos atrás deles. Querem formar seguidores, arrastar os discípulos falando coisas pervertidas.
As cartas de Paulo e as dos demais apóstolos foram escritas exatamente para combater o erro religioso do primeiro século. Se não houvesse preocupação, nós não teríamos as cartas pastorais. Muitas vezes estamos esquecidos disto e que os apóstolos, quando sentaram para escrever, se dirigiam a problemas específicos das igrejas e na maioria dos casos a questão era o erro religioso. Na maioria das vezes estavam preocupados com mentiras que surgiam. A carta aos colossenses, por exemplo, foi escrita pelo apóstolo Paulo para combater a entrada do gnosticismo naquela região de Colossos. Uma heresia que danificou a Igreja até o terceiro século. O apóstolo João escreve as suas três cartas com este mesmo propósito para combater o gnosticismo incipiente no primeiro século. Judas escreve a sua carta para exortar a Igreja a combater pela "fé que uma vez foi dada aos santos". A segunda carta de Pedro tem o mesmo propósito. Paulo, quando escreve a Epístola aos Gálatas, tem um objetivo que é mostrar à Igreja que, na hora em que a Igreja deixa de crer na graça do Evangelho, a Igreja deixa de ser Igreja. Paulo escreve aos Gálatas para combater o legalismo religioso. Hoje toleramos práticas legalistas dentro da Igreja, mas Paulo achou tão importante a são doutrina que ele escreve Gálatas com esse propósito. O mesmo acontece com II Coríntios, tem este mesmo propósito pois havia falsos apóstolos na igreja de Corinto que ensinavam coisas estranhas. Vejam a preocupação dos apóstolos com a sã doutrina, sabendo que o diabo pode corromper a mente dos crentes e afastá-los da simplicidade do Evangelho (II Coríntios).
O diabo sempre usa pessoas que estiveram ativas. Em cada geração a Igreja tem enfrentado falsos profetas e falsos ensinos. Foi o que aconteceu com o Unitarianismo, o liberalismo teológico, o modernismo, evangelho social, evangelho da cura e prosperidade etc., para não dizer das heresias que a igreja enfrenta desde o período patrístico. Este tem sido sempre o embate da Igreja.
O erro religioso é muito sutil. Qual a maneira como o diabo age na vida das pessoas, qual sua tática sutil nessa área?
Primeiro: É fazer com que o erro venha disfarçado de verdade.
Segundo:
Que faremos com tudo isso? Como devemos lidar com estas coisas? Até mesmo operação de curas, de milagres e de prodígios são efetuadas pors estes demônios para dar autoridade à mentira, para dar credibilidade, porque esta foi a arma que a Igreja Católica usou para dar credibilidade ao seu ensino na idade medieval. Assim surgiram os milagres dos santos, de determinada santa, que estes eram mediadores entre o homem e Deus. Dessa forma o prodígio era apresentado como autenticação do ensino propagado. Da mesma forma vemos isso hoje. Muitos, para provar seu ensino, fazem sinais e maravilhas. Assim o espiritismo tem ganho muitos adeptos. No espiritismo se vêem coisas sobrenaturais e isso é como prova de que tudo é verdade, e de fato coisas extraordinárias acontecem. Concluímos que há demônios operadores de sinais, capazes de produzir esses tipos de fenômenos. Em II Ts 2:9:
As cartas de Paulo e as dos demais apóstolos foram escritas exatamente para combater o erro religioso do primeiro século. Se não houvesse preocupação, nós não teríamos as cartas pastorais. Muitas vezes estamos esquecidos disto e que os apóstolos, quando sentaram para escrever, se dirigiam a problemas específicos das igrejas e na maioria dos casos a questão era o erro religioso. Na maioria das vezes estavam preocupados com mentiras que surgiam. A carta aos colossenses, por exemplo, foi escrita pelo apóstolo Paulo para combater a entrada do gnosticismo naquela região de Colossos. Uma heresia que danificou a Igreja até o terceiro século. O apóstolo João escreve as suas três cartas com este mesmo propósito para combater o gnosticismo incipiente no primeiro século. Judas escreve a sua carta para exortar a Igreja a combater pela "fé que uma vez foi dada aos santos". A segunda carta de Pedro tem o mesmo propósito. Paulo, quando escreve a Epístola aos Gálatas, tem um objetivo que é mostrar à Igreja que, na hora em que a Igreja deixa de crer na graça do Evangelho, a Igreja deixa de ser Igreja. Paulo escreve aos Gálatas para combater o legalismo religioso. Hoje toleramos práticas legalistas dentro da Igreja, mas Paulo achou tão importante a são doutrina que ele escreve Gálatas com esse propósito. O mesmo acontece com II Coríntios, tem este mesmo propósito pois havia falsos apóstolos na igreja de Corinto que ensinavam coisas estranhas. Vejam a preocupação dos apóstolos com a sã doutrina, sabendo que o diabo pode corromper a mente dos crentes e afastá-los da simplicidade do Evangelho (II Coríntios).
O diabo sempre usa pessoas que estiveram ativas. Em cada geração a Igreja tem enfrentado falsos profetas e falsos ensinos. Foi o que aconteceu com o Unitarianismo, o liberalismo teológico, o modernismo, evangelho social, evangelho da cura e prosperidade etc., para não dizer das heresias que a igreja enfrenta desde o período patrístico. Este tem sido sempre o embate da Igreja.
O erro religioso é muito sutil. Qual a maneira como o diabo age na vida das pessoas, qual sua tática sutil nessa área?
Primeiro: É fazer com que o erro venha disfarçado de verdade.
Segundo:
- O diabo torce a verdade de Deus como fez lá no Jardim do Éden (Gn 3:1-6). Nós vemos como ele distorceu a Palavra de Deus para levar a mulher a se desviar do mandamento de Deus. Esta é a característica de todo falso mestre. Têm sempre uma interpretação distorcida da Escritura.
- O diabo se manifesta como anjo de luz. Paulo nos diz em I Co 11:13-15 exatamente dessa transfiguração de anjo de trevas em anjo de luz. No nascimento de cada seita sempre existe uma revelação. Cada um dos fundadores de seitas, hoje, reivindica que teve uma revelação de Deus. Foi o que fez Joseph Smith, fundador do mormonismo.
Que faremos com tudo isso? Como devemos lidar com estas coisas? Até mesmo operação de curas, de milagres e de prodígios são efetuadas pors estes demônios para dar autoridade à mentira, para dar credibilidade, porque esta foi a arma que a Igreja Católica usou para dar credibilidade ao seu ensino na idade medieval. Assim surgiram os milagres dos santos, de determinada santa, que estes eram mediadores entre o homem e Deus. Dessa forma o prodígio era apresentado como autenticação do ensino propagado. Da mesma forma vemos isso hoje. Muitos, para provar seu ensino, fazem sinais e maravilhas. Assim o espiritismo tem ganho muitos adeptos. No espiritismo se vêem coisas sobrenaturais e isso é como prova de que tudo é verdade, e de fato coisas extraordinárias acontecem. Concluímos que há demônios operadores de sinais, capazes de produzir esses tipos de fenômenos. Em II Ts 2:9:
"Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira". II Ts 2:9
Esses sinais e prodígios da mentira são chamados assim, não porque eles não sejam verdadeiros, pois de fato são, mas porque têm o propósito de levar as pessoas a crerem na mentira. O alvo é levar as pessoas a crerem no erro que está por trás, no erro que está junto a estas manifestações.
"...com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (II Ts 2.10).
É por isso que no V. T. o teste do profeta não era somente se a profecia se cumpria (Dt. 18), mas o teste do verdadeiro profeta (Dt. 13), era se a profecia deles se cumpria e após isso ele dizia "vamos e sirvamos ao Senhor". Era o teste da ortodoxia do profeta, não apenas se a profecia se cumpria, pois a Bíblia está cheia de casos de homens malignos que faziam coisas maravilhosas (Balaão, Judas, etc.). Através da história eclesiásticas nós temos visto como esses demônios têm tido parte em todo misticismo que tem aparecido.
Não percamos de vista que há uma batalha dos espíritos malignos contra a Igreja e queremos ficar alerta contra as armas do diabo. Uma arma dele é fazer pessoas bem intencionadas perderem o equilíbrio teológico. Isso ele faz com que as pessoas tomem certos pontos secundários e façam deles os pontos centrais produzindo um desequilíbrio. Como exemplo temos expulsão de demônios, curas, que são coisas que Deus pode fazer, e o diabo toma estas coisas, tira-as do seu lugar, que é um lugar secundário no N. T., e as traz como ponto central de várias movimentos, produzindo um desequilíbrio com que faz aquilo que é central seja obscurecido ou seja completamente ignorado, pois seu lugar foi tomado por algo secundário. Um exemplo disso é a questão social que é uma questão boa, necessária e legítima. O que acontece? Pessoas pegam esta questão que não é a central da Igreja, embora faça parte da sua atuação, e a trazem para linha de frente dando tanta ênfase que a função principal da Igreja fica obscurecida e até negligenciada. Aí está estabelecido um desequilíbrio que leva ao erro, porque são poucos os que são capazes de dizer: "Bem, isto está sendo enfatizado, mas não quer dizer que as outras verdades também não sejam necessárias". Poucos dizem isso e geralmente as pessoas vão pelo que está na frente, concentrando-se naquilo e esquecendo o resto. Ou até mesmo, e, digo isso com muito temor, é possível tomar coisas boas e legítimas como os dons do Espírito Santo e trazê-los como o centro de determinado movimento, ao ponto de que as doutrinas centrais, como a pessoa e obra de Cristo, Sua redenção, Sua glória, Seus atributos, Sua obra de salvação no mundo, sejam ignorados ou recebam uma atenção mínima, produzindo igrejas desequilibradas teologicamente e produzindo crentes que vivem em torno disso. Isso é erro religioso da mesma forma, pois existe um desequilíbrio onde a verdade não é apresentada em todas as suas formas harmônicas. Creio que o diabo usa pessoas absolutamente sinceras para trazer desequilíbrio para dentro da Igreja e confusão. O diabo faz esse tipo de coisa! Nós precisamos de discernimento.
Pergunta final: O que tudo isso tem a ver conosco? Que devemos fazer? O erro religioso é tremendamente perigoso, mesmo que líderes achem que não há nenhum perigo. A evidência da Bíblia nos mostra o contrário, diz-nos que o erro religioso, o ensino desequilibrado é prejudicial para as almas da Igreja pois afasta o povo da verdade, corrompe a fé e as consciências. A verdade doutrinária deve ser buscada, perseguida, zelada pelo povo de Deus e defendida com as armas legítimas. O erro religioso conduz à prática religiosa errada e desequilibrada. Se você acredita no erro, sua prática será errada e no final vai oprimi-lo, atormentar e afligir. Só a verdade liberta, só ela traz paz verdadeira e crescimento. O Espírito Santo não abençoa o erro. O Espírito Santo é chamado na Bíblia de o Espírito da Verdade. Por isso só abençoará a verdade. Como resistir à queda no erro? Não há um caminho fácil e digo isso com clamor. Com todo respeito aos irmãos que estão bem intencionados e desejam declarar que o erro religioso está banido, declarar que os espíritos enganadores, de mentira e de heresias sejam amarrados. Àqueles que dizem amarrar o diabo eu digo que não há substituto para se tomar a armadura de Deus especialmente o cinto da verdade. Você pode "amarrar" quantos demônios queira, mas se você não estiver amarrado à verdade e comprometido com ela de nada vai adiantar, só vai iludir-se.
A Igreja só tem uma defesa contra o erro religioso. É tomar toda a armadura de Deus, vestir-se da verdade, tomar a couraça da justiça, que vem da pare de Deus, empunhar a Palavra a a espada do Espírito. Não há outras armas. Isso significa estudo profundo da Palavra, meditação nela. Que a Igreja tome uma posição contra o erro religioso e resista a esta tendência moderna re reunir tudo debaixo dessa "salada", desse evangelicalismo disforme que temos nos nossos dias. A Igreja tem de zelar por isso, e cada crente faz parte desta luta. Exija do seu pastor que pregue sermões firmes fundamentados na Escritura, que exija do seu presbitério, do seu professor, que seja criterioso nas suas leituras escolhendo bons livros, que participe de bons congressos e não daqueles que nada têm a ver com a Escritura; exija critério, trabalho e sacrifício. Não há outro caminho. É isso que diz a Escritura: tomar a couraça da justiça e o cinto da verdade para poder resistir às astutas ciladas do diabo.
Só existe uma maneira de não se cair vítima de uma mentira e ser enganado por ela. É você se voltar para o estudo da Escritura debaixo da orientação de alguém que conheça a Palavra, que tenha o propósito de iluminá-lo (1), de ajudá-lo (2). Minha súplica a você: hoje comece um estudo sério da Escritura, leia a Bíblia com atenção, com devoção; peça ajuda de alguém capacitado para isso. Mas não pense que você é capaz de discernir por você mesmo. O inimigo é muito mais poderoso do que você, muito mais sutil. Você precisa de ajuda, peça a Deus.
Não percamos de vista que há uma batalha dos espíritos malignos contra a Igreja e queremos ficar alerta contra as armas do diabo. Uma arma dele é fazer pessoas bem intencionadas perderem o equilíbrio teológico. Isso ele faz com que as pessoas tomem certos pontos secundários e façam deles os pontos centrais produzindo um desequilíbrio. Como exemplo temos expulsão de demônios, curas, que são coisas que Deus pode fazer, e o diabo toma estas coisas, tira-as do seu lugar, que é um lugar secundário no N. T., e as traz como ponto central de várias movimentos, produzindo um desequilíbrio com que faz aquilo que é central seja obscurecido ou seja completamente ignorado, pois seu lugar foi tomado por algo secundário. Um exemplo disso é a questão social que é uma questão boa, necessária e legítima. O que acontece? Pessoas pegam esta questão que não é a central da Igreja, embora faça parte da sua atuação, e a trazem para linha de frente dando tanta ênfase que a função principal da Igreja fica obscurecida e até negligenciada. Aí está estabelecido um desequilíbrio que leva ao erro, porque são poucos os que são capazes de dizer: "Bem, isto está sendo enfatizado, mas não quer dizer que as outras verdades também não sejam necessárias". Poucos dizem isso e geralmente as pessoas vão pelo que está na frente, concentrando-se naquilo e esquecendo o resto. Ou até mesmo, e, digo isso com muito temor, é possível tomar coisas boas e legítimas como os dons do Espírito Santo e trazê-los como o centro de determinado movimento, ao ponto de que as doutrinas centrais, como a pessoa e obra de Cristo, Sua redenção, Sua glória, Seus atributos, Sua obra de salvação no mundo, sejam ignorados ou recebam uma atenção mínima, produzindo igrejas desequilibradas teologicamente e produzindo crentes que vivem em torno disso. Isso é erro religioso da mesma forma, pois existe um desequilíbrio onde a verdade não é apresentada em todas as suas formas harmônicas. Creio que o diabo usa pessoas absolutamente sinceras para trazer desequilíbrio para dentro da Igreja e confusão. O diabo faz esse tipo de coisa! Nós precisamos de discernimento.
Pergunta final: O que tudo isso tem a ver conosco? Que devemos fazer? O erro religioso é tremendamente perigoso, mesmo que líderes achem que não há nenhum perigo. A evidência da Bíblia nos mostra o contrário, diz-nos que o erro religioso, o ensino desequilibrado é prejudicial para as almas da Igreja pois afasta o povo da verdade, corrompe a fé e as consciências. A verdade doutrinária deve ser buscada, perseguida, zelada pelo povo de Deus e defendida com as armas legítimas. O erro religioso conduz à prática religiosa errada e desequilibrada. Se você acredita no erro, sua prática será errada e no final vai oprimi-lo, atormentar e afligir. Só a verdade liberta, só ela traz paz verdadeira e crescimento. O Espírito Santo não abençoa o erro. O Espírito Santo é chamado na Bíblia de o Espírito da Verdade. Por isso só abençoará a verdade. Como resistir à queda no erro? Não há um caminho fácil e digo isso com clamor. Com todo respeito aos irmãos que estão bem intencionados e desejam declarar que o erro religioso está banido, declarar que os espíritos enganadores, de mentira e de heresias sejam amarrados. Àqueles que dizem amarrar o diabo eu digo que não há substituto para se tomar a armadura de Deus especialmente o cinto da verdade. Você pode "amarrar" quantos demônios queira, mas se você não estiver amarrado à verdade e comprometido com ela de nada vai adiantar, só vai iludir-se.
A Igreja só tem uma defesa contra o erro religioso. É tomar toda a armadura de Deus, vestir-se da verdade, tomar a couraça da justiça, que vem da pare de Deus, empunhar a Palavra a a espada do Espírito. Não há outras armas. Isso significa estudo profundo da Palavra, meditação nela. Que a Igreja tome uma posição contra o erro religioso e resista a esta tendência moderna re reunir tudo debaixo dessa "salada", desse evangelicalismo disforme que temos nos nossos dias. A Igreja tem de zelar por isso, e cada crente faz parte desta luta. Exija do seu pastor que pregue sermões firmes fundamentados na Escritura, que exija do seu presbitério, do seu professor, que seja criterioso nas suas leituras escolhendo bons livros, que participe de bons congressos e não daqueles que nada têm a ver com a Escritura; exija critério, trabalho e sacrifício. Não há outro caminho. É isso que diz a Escritura: tomar a couraça da justiça e o cinto da verdade para poder resistir às astutas ciladas do diabo.
Só existe uma maneira de não se cair vítima de uma mentira e ser enganado por ela. É você se voltar para o estudo da Escritura debaixo da orientação de alguém que conheça a Palavra, que tenha o propósito de iluminá-lo (1), de ajudá-lo (2). Minha súplica a você: hoje comece um estudo sério da Escritura, leia a Bíblia com atenção, com devoção; peça ajuda de alguém capacitado para isso. Mas não pense que você é capaz de discernir por você mesmo. O inimigo é muito mais poderoso do que você, muito mais sutil. Você precisa de ajuda, peça a Deus.
Autor: Augustus Nicodemus Lopes