Estudo Bíblico Humildade, a Força do Cordeiro
Nenhuma árvore pode crescer, exceto pela raiz da qual brotou. E o que é a raiz e a essência do caráter de nosso Redentor? Não há outra, senão uma única resposta: é a Sua humildade. O que é a Encarnação, senão Sua humildade celestial, Seu próprio esvaziamento e tornar-se homem? Qual foi a Sua vida na terra, senão tomar a forma de servo? E o que foi a Sua expiação, senão a humildade? “Ele se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2:8).
E qual foi a Sua ascensão e Sua glória, senão a humildade exaltada até o trono e coroada de glória? “Ele se humilhou... Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todo nome.” (Filipenses 2:8-9). No Céu – onde Ele estava com o Pai –, em Seu nascimento, em Sua vida, em Sua morte, em Seu assentar no trono: nada, além de humildade.
Cristo é a humildade de Deus encarnada na natureza humana, o Amor Eterno humilhando a si mesmo, vestindo-se de mansidão e de benignidade para vencer, servir e nos salvar. Como o amor e a humildade de Deus fazem dele o ajudante e o servo de todos, da mesma forma Jesus foi a humildade encarnada. E assim Ele ainda está no meio do trono, o Cordeiro manso e humilde de Deus.
É de se admirar que a vida cristã seja muitas vezes fraca e inútil, ao passo que a própria raiz da vida de Cristo seja negligenciada – isso é desconhecido? Temos de ter uma humildade que descanse em nada menos do que o fim e a morte do ego. A humildade que desiste de toda a honra de homens, como o fez Jesus, para buscar a honra que vem de Deus. A humildade, que em si mesma não faz absolutamente nada ou se leva em conta para que Deus seja tudo e só o Senhor possa ser exaltado.
No Evangelho de João temos a vida íntima de nosso Senhor aberta para nós. Jesus fala com frequência de sua relação com o Pai, dos motivos pelos quais Ele é guiado, e de Sua consciência do poder e do espírito pelo qual Ele atua. Embora a palavra “humilde” não ocorra no Evangelho de João, em nenhum outro lugar nas Escrituras se vê a humildade de Jesus tão claramente representada.
Já dissemos que essa graça é, na verdade, nada mais que o simples consentimento da criatura a render-se completamente a Deus para, somente, o Seu agir. Em Jesus, nós o veremos tanto como o Filho de Deus no céu, quanto como um homem sobre a terra. Ele voluntariamente tomou uma posição inferior, a fim de dar a Deus a honra e a glória devida somente a Ele.
- “O Filho não pode fazer nada de si mesmo...” (João 5:19)
- “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38)
- “A minha doutrina não é minha” (João 7:16)
- “Eu não faço nada de mim mesmo” (João 8:28)
- "Eu não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.” (João 8:42 KJV)
- “Eu não busco a minha glória” (João 8:50 KJV)
- “As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo” (João 14:10 NVI)
Estas palavras nos revelam as raízes mais profundas da vida e da obra de Cristo. Elas nos dizem como foi possível ao Deus Todo-Poderoso trabalhar Sua obra redentora poderosamente através de Jesus. Elas nos ensinam que a natureza essencial da redenção é o que Cristo realizou e ainda fala conosco. Isso é Sua natureza: Ele não era nada, para que Deus pudesse ser tudo.
Ele resignou-se, por Sua vontade e Seus poderes, inteiramente para que o Pai trabalhasse Nele. De Seu próprio poder, vontade, e de Sua própria glória, de toda a Sua missão, com todas as Suas obras e os Seus ensinamentos – de tudo isso Ele disse: “Não sou eu. Eu não sou nada. Eu me dei ao meu Pai, à obra de meu Pai, e eu não sou nada. O Pai é tudo”.
Cristo passou por essa vida em absoluta submissão e dependência da vontade do Pai para uma vida de paz e alegria perfeita. Ele não perdeu nada, dando tudo para Deus. Deus honrou Sua confiança e fez tudo para Ele, e em seguida, exaltou-o à Sua mão direita em glória. E uma vez que Cristo havia, dessa forma, se humilhado diante de Deus, e que Deus estava sempre diante Dele, Ele achou possível humilhar-se diante dos homens e tornar-se o servo de todos. A humildade de Jesus foi simplesmente a entrega de si mesmo a Deus, para que o Pai fizesse Nele o que Lhe aprouvesse, não importando o que os homens dissessem sobre Ele ou o que fizessem com Ele.
Olhe para o início do Seu ministério. Nas bem-aventuranças com as quais o Sermão da Montanha abre, Ele fala: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”. (Mateus 5:3,5) As primeiras palavras de Sua proclamação do reino dos céus revelam a porta aberta através da qual devemos entrar. Os pobres, que não têm nada em si – para eles o Reino vem, os mansos que buscam nada em si mesmos – para eles deve ser a terra. As bênçãos do céu e da terra são para os humildes. Para a vida celeste e a terrena, a humildade é o segredo da bênção.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:29) Jesus se oferece como Mestre. Ele nos diz qual espírito vamos encontrar Nele como Mestre, e aquele que podemos aprender e receber Dele. Mansidão e humildade são as coisas que Ele nos oferece, pois nelas vamos encontrar descanso perfeito à alma. A humildade é a nossa salvação.
Os discípulos estavam disputando quem seria o maior no Reino, e concordaram em perguntar ao Mestre. Ele colocou uma criança no meio deles e disse: “Quem então se humilha como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.” (Mateus 18:4) Quem é o maior no Reino dos Céus? Essa questão é de fato, algo de grande alcance. Qual será a principal distinção no Reino Celestial? A resposta: nenhuma, senão Jesus a teria dado. O comandante da glória do céu, a verdadeira mentalidade celestial, o comandante das graças, este é a humildade. “Pois aquele que é menos entre vós, esse é grande” (Lucas 9:48).
Os filhos de Zebedeu pediram a Jesus para se assentarem à sua direita e à esquerda, ao lugar mais alto no Reino. Jesus disse que não lhe era dado conceder isso, senão o Pai que o daria àqueles para os quais isso foi preparado. Eles não devem procurar ou perguntar por isso. E depois acrescentou: “Quem nunca deseja tornar-se grande entre vós, será vosso servo (...) pois o Filho do Homem não veio para ele servido, mas para servir (...)” (Mateus 20:26-28) Humildade, como a marca do Cristo glorificado, será o único padrão de glória no céu – quanto mais humilde, mais próximo de Deus.
Falando para a multidão e os discípulos, os fariseus e seu amor às tribunas dos príncipes, Cristo disse, certa vez: “Mas o maior dentre vós será vosso servo.” (Mateus 23:11) A humildade é a única escada que conduz à honra no Reino de Deus.
Ao relatar a parábola do fariseu e do publicano, Cristo explicou: “Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.” (Lucas 18:14) No templo, na presença e na adoração a Deus, tudo é inútil se não for permeado por uma profunda e verdadeira humildade, diante de Deus e dos homens.
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (João 13:14) Por suas próprias palavras, é claro que Jesus considerou a humildade como um dos primeiros e mais essenciais elementos do discipulado.
Na mesa da última ceia, os discípulos ainda disputavam quem deveria ser o maior. Jesus disse: “Aquele que é o maior entre vós seja como o menor, e o líder como o servo”. (Lucas 22:26) A dor com a que Jesus andou, o poder e o espírito pelo que Ele realizou a nossa salvação, é sempre a humildade, pela qual sou servo de todos.
Quão pouco isso é pregado! Quão pouco é praticado! Quão pouco a falta dela é sentida ou confessada! Não digo que são poucos os que alcançam alguma medida de semelhança com Jesus em Sua humildade, mas quão poucos sequer pensam em fazer da humildade o objeto distinto de seu contínuo desejo ou oração! Quão pouco o mundo já a viu! Quão pouco ela tem sido visto até mesmo no círculo interno da Igreja.
Para quantos de nós não foi uma nova alegria na vida cristã saber que podemos nos render como servos, como escravos de Deus, e ao descobrir que seu serviço é a nossa maior liberdade – de fato, a liberdade do pecado e de si próprio? Precisamos agora aprender outra lição: que Jesus nos chama a ser servos uns dos outros. E da mesma forma como chegamos a aceitá-lo de todo o coração, este serviço também será mais abençoado, uma nova e mais completa liberdade do pecado e de si mesmo.
No começo pode parecer difícil, mas isso ocorre apenas por causa do orgulho que ainda tem em si mesmo algo de importância. Se de fato nós aprendemos que ser nada diante de Deus é a glória da criatura, o espírito de Jesus, a alegria do céu, então vamos acolher, com todo o nosso coração, a disciplina que pode servir mesmo para aqueles que tentam nos causar problemas. Quando o nosso coração se coloca acima dessas coisas pela verdadeira santificação, passamos a meditar sobre as palavras que Jesus proferiu sobre “humilhar-se a si mesmo” com novo entusiasmo. Assim, lugar algum será inferior demais, nenhuma depressão tão profunda, nenhum trabalho muito humilde ou exaustivo demais, se pudermos compartilhar e provar da comunhão com Aquele que disse: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve.” (Lucas 22:27).
Deus é fiel. Tão certo quanto a água sempre procura e preenche o lugar mais baixo, do mesmo modo ocorre no momento em que Deus encontra a criatura humilde e vazia: Sua glória e poder fluem para exaltar e abençoar. Aquele que se humilha – e este deve ser o nosso único cuidado – será exaltado. O descanso é preocupação de Deus e, por Seu poder e no Seu grande amor, Ele o trará.
Os homens às vezes falam como se a humildade e a mansidão nos roubasse o que é nobre, ousado e viril. Ah, que creiamos que ser humilde é a nobreza do reino dos céus, e que este é o verdadeiro espírito mostrado pelo próprio Rei do céu! Que humilhar-se e tornar-se o servo de todos seja tornar-se semelhante a Deus! Este é o caminho para a alegria e a glória da presença de Cristo sempre presente em nós, de Seu poder incansável em nós.
Jesus, manso e humilde, nos convida a aprender Dele o caminho para Deus. Vamos meditar sobre as palavras que temos lido até que o nosso coração esteja cheio com o pensamento: “Minha única necessidade é a humildade”.
E creiamos que o que Jesus mostra Ele dá. E o que Ele é, Ele transmite para nós. Como o manso e humilde Jesus, Ele virá e habitará em cada coração humano que por Ele anseia.
Vou dar a você, agora, um conselho infalível. Com toda a força do seu coração, permaneça, por todo esse mês, continuamente, conforme as tuas possibilidades, em oração a Deus, da seguinte forma: peça a Ele para se dar a conhecer a você, e tirar de seu coração toda a forma e grau de orgulho, seja ela de espíritos malignos ou de sua própria natureza corrupta. Ore para que Ele desperte em você a maior profundidade e verdade daquela humildade que pode torná-lo habilitado à Sua luz e ao Seu Santo Espírito.
E quando o Cordeiro de Deus trouxer a lume um nascimento real da Sua própria mansidão, humildade e renúncia total a Deus em sua alma, então haverá o nascimento do amoroso Espírito dentro de você. Em seguida, sua alma será preenchida com muita paz e alegria em Deus, e esta nova vida vai apagar até mesmo a lembrança do que você sentia como sendo paz e alegria, antes disso acontecer.
E qual foi a Sua ascensão e Sua glória, senão a humildade exaltada até o trono e coroada de glória? “Ele se humilhou... Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todo nome.” (Filipenses 2:8-9). No Céu – onde Ele estava com o Pai –, em Seu nascimento, em Sua vida, em Sua morte, em Seu assentar no trono: nada, além de humildade.
Cristo é a humildade de Deus encarnada na natureza humana, o Amor Eterno humilhando a si mesmo, vestindo-se de mansidão e de benignidade para vencer, servir e nos salvar. Como o amor e a humildade de Deus fazem dele o ajudante e o servo de todos, da mesma forma Jesus foi a humildade encarnada. E assim Ele ainda está no meio do trono, o Cordeiro manso e humilde de Deus.
Nossa primeira prioridade
Se esta é a raiz da árvore, sua natureza deve ser vista em todos os ramos, folhas e frutas. Se a humildade vem em primeiro lugar, a graça totalmente inclusiva da vida de Jesus – sendo a humildade o segredo de Sua expiação – então a saúde e a força de nossa vida espiritual vai depender inteiramente de darmos a esta graça a primeira prioridade em nossas vidas. Precisamos fazer com que a humildade seja a principal coisa que admiramos Nele, a principal coisa que pedimos a Ele, e a única coisa para a qual nós sacrificamos tudo.É de se admirar que a vida cristã seja muitas vezes fraca e inútil, ao passo que a própria raiz da vida de Cristo seja negligenciada – isso é desconhecido? Temos de ter uma humildade que descanse em nada menos do que o fim e a morte do ego. A humildade que desiste de toda a honra de homens, como o fez Jesus, para buscar a honra que vem de Deus. A humildade, que em si mesma não faz absolutamente nada ou se leva em conta para que Deus seja tudo e só o Senhor possa ser exaltado.
No Evangelho de João temos a vida íntima de nosso Senhor aberta para nós. Jesus fala com frequência de sua relação com o Pai, dos motivos pelos quais Ele é guiado, e de Sua consciência do poder e do espírito pelo qual Ele atua. Embora a palavra “humilde” não ocorra no Evangelho de João, em nenhum outro lugar nas Escrituras se vê a humildade de Jesus tão claramente representada.
Já dissemos que essa graça é, na verdade, nada mais que o simples consentimento da criatura a render-se completamente a Deus para, somente, o Seu agir. Em Jesus, nós o veremos tanto como o Filho de Deus no céu, quanto como um homem sobre a terra. Ele voluntariamente tomou uma posição inferior, a fim de dar a Deus a honra e a glória devida somente a Ele.
A humildade de Jesus
E o que Jesus ensinou aos Seus discípulos foi sempre verdadeiro de si mesmo: “Aquele que se humilha será exaltado.” (Lucas 14:11) Ouça as palavras que o Senhor fala da sua relação com o Pai, e veja como incessantemente Ele usa as palavras “não” e “nada” sobre si mesmo. O “não eu”, pelo que Paulo expressa sua relação com Cristo, é o próprio espírito do que Cristo fala de sua relação com o Pai.- “O Filho não pode fazer nada de si mesmo...” (João 5:19)
- “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38)
- “A minha doutrina não é minha” (João 7:16)
- “Eu não faço nada de mim mesmo” (João 8:28)
- "Eu não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.” (João 8:42 KJV)
- “Eu não busco a minha glória” (João 8:50 KJV)
- “As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo” (João 14:10 NVI)
Estas palavras nos revelam as raízes mais profundas da vida e da obra de Cristo. Elas nos dizem como foi possível ao Deus Todo-Poderoso trabalhar Sua obra redentora poderosamente através de Jesus. Elas nos ensinam que a natureza essencial da redenção é o que Cristo realizou e ainda fala conosco. Isso é Sua natureza: Ele não era nada, para que Deus pudesse ser tudo.
Ele resignou-se, por Sua vontade e Seus poderes, inteiramente para que o Pai trabalhasse Nele. De Seu próprio poder, vontade, e de Sua própria glória, de toda a Sua missão, com todas as Suas obras e os Seus ensinamentos – de tudo isso Ele disse: “Não sou eu. Eu não sou nada. Eu me dei ao meu Pai, à obra de meu Pai, e eu não sou nada. O Pai é tudo”.
Cristo passou por essa vida em absoluta submissão e dependência da vontade do Pai para uma vida de paz e alegria perfeita. Ele não perdeu nada, dando tudo para Deus. Deus honrou Sua confiança e fez tudo para Ele, e em seguida, exaltou-o à Sua mão direita em glória. E uma vez que Cristo havia, dessa forma, se humilhado diante de Deus, e que Deus estava sempre diante Dele, Ele achou possível humilhar-se diante dos homens e tornar-se o servo de todos. A humildade de Jesus foi simplesmente a entrega de si mesmo a Deus, para que o Pai fizesse Nele o que Lhe aprouvesse, não importando o que os homens dissessem sobre Ele ou o que fizessem com Ele.
Bem aventurados os mansos
Vimos a humildade na vida de Cristo pela forma como Ele abriu seu coração para nós; agora vamos ouvir seus ensinamentos. Vamos ouvir como Ele fala a respeito disso e quão longe Ele espera que os homens, especialmente seus discípulos, sejam humildes como Ele o foi. Vamos estudar cuidadosamente as Escrituras, adiante, para obtermos a impressão completa de quantas vezes e com qual sinceridade Ele ensinou sobre a humildade.Olhe para o início do Seu ministério. Nas bem-aventuranças com as quais o Sermão da Montanha abre, Ele fala: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”. (Mateus 5:3,5) As primeiras palavras de Sua proclamação do reino dos céus revelam a porta aberta através da qual devemos entrar. Os pobres, que não têm nada em si – para eles o Reino vem, os mansos que buscam nada em si mesmos – para eles deve ser a terra. As bênçãos do céu e da terra são para os humildes. Para a vida celeste e a terrena, a humildade é o segredo da bênção.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:29) Jesus se oferece como Mestre. Ele nos diz qual espírito vamos encontrar Nele como Mestre, e aquele que podemos aprender e receber Dele. Mansidão e humildade são as coisas que Ele nos oferece, pois nelas vamos encontrar descanso perfeito à alma. A humildade é a nossa salvação.
Os discípulos estavam disputando quem seria o maior no Reino, e concordaram em perguntar ao Mestre. Ele colocou uma criança no meio deles e disse: “Quem então se humilha como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.” (Mateus 18:4) Quem é o maior no Reino dos Céus? Essa questão é de fato, algo de grande alcance. Qual será a principal distinção no Reino Celestial? A resposta: nenhuma, senão Jesus a teria dado. O comandante da glória do céu, a verdadeira mentalidade celestial, o comandante das graças, este é a humildade. “Pois aquele que é menos entre vós, esse é grande” (Lucas 9:48).
Os filhos de Zebedeu pediram a Jesus para se assentarem à sua direita e à esquerda, ao lugar mais alto no Reino. Jesus disse que não lhe era dado conceder isso, senão o Pai que o daria àqueles para os quais isso foi preparado. Eles não devem procurar ou perguntar por isso. E depois acrescentou: “Quem nunca deseja tornar-se grande entre vós, será vosso servo (...) pois o Filho do Homem não veio para ele servido, mas para servir (...)” (Mateus 20:26-28) Humildade, como a marca do Cristo glorificado, será o único padrão de glória no céu – quanto mais humilde, mais próximo de Deus.
Falando para a multidão e os discípulos, os fariseus e seu amor às tribunas dos príncipes, Cristo disse, certa vez: “Mas o maior dentre vós será vosso servo.” (Mateus 23:11) A humildade é a única escada que conduz à honra no Reino de Deus.
Ao relatar a parábola do fariseu e do publicano, Cristo explicou: “Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.” (Lucas 18:14) No templo, na presença e na adoração a Deus, tudo é inútil se não for permeado por uma profunda e verdadeira humildade, diante de Deus e dos homens.
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (João 13:14) Por suas próprias palavras, é claro que Jesus considerou a humildade como um dos primeiros e mais essenciais elementos do discipulado.
Na mesa da última ceia, os discípulos ainda disputavam quem deveria ser o maior. Jesus disse: “Aquele que é o maior entre vós seja como o menor, e o líder como o servo”. (Lucas 22:26) A dor com a que Jesus andou, o poder e o espírito pelo que Ele realizou a nossa salvação, é sempre a humildade, pela qual sou servo de todos.
Quão pouco isso é pregado! Quão pouco é praticado! Quão pouco a falta dela é sentida ou confessada! Não digo que são poucos os que alcançam alguma medida de semelhança com Jesus em Sua humildade, mas quão poucos sequer pensam em fazer da humildade o objeto distinto de seu contínuo desejo ou oração! Quão pouco o mundo já a viu! Quão pouco ela tem sido visto até mesmo no círculo interno da Igreja.
Render-se a Deus
“Quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo.” (Mateus 20:26) Todos nós sabemos que o caráter de um servo fiel ou escravo implica em devoção aos interesses do Mestre, estudo meditativo e cuidados para agradá-Lo, além de prazer em Sua prosperidade, honra e felicidade. Houve servos na terra nos quais essas qualidades foram vistos, e para estes homens e mulheres o nome de “servo” jamais foi algo além de glorioso.Para quantos de nós não foi uma nova alegria na vida cristã saber que podemos nos render como servos, como escravos de Deus, e ao descobrir que seu serviço é a nossa maior liberdade – de fato, a liberdade do pecado e de si próprio? Precisamos agora aprender outra lição: que Jesus nos chama a ser servos uns dos outros. E da mesma forma como chegamos a aceitá-lo de todo o coração, este serviço também será mais abençoado, uma nova e mais completa liberdade do pecado e de si mesmo.
No começo pode parecer difícil, mas isso ocorre apenas por causa do orgulho que ainda tem em si mesmo algo de importância. Se de fato nós aprendemos que ser nada diante de Deus é a glória da criatura, o espírito de Jesus, a alegria do céu, então vamos acolher, com todo o nosso coração, a disciplina que pode servir mesmo para aqueles que tentam nos causar problemas. Quando o nosso coração se coloca acima dessas coisas pela verdadeira santificação, passamos a meditar sobre as palavras que Jesus proferiu sobre “humilhar-se a si mesmo” com novo entusiasmo. Assim, lugar algum será inferior demais, nenhuma depressão tão profunda, nenhum trabalho muito humilde ou exaustivo demais, se pudermos compartilhar e provar da comunhão com Aquele que disse: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve.” (Lucas 22:27).
Procure o Amor Superior
Irmãos, este é o caminho para a vida superior. Para baixo, mais para baixo! Isto foi o que Jesus disse aos discípulos, quando estes pensavam em ser grandes no Reino. Não procure, não peça exaltação: esta é obra de Deus. Procure fazer com que você seja sempre menor e humilhe-se, e não tenha outro lugar diante de Deus ou do homem, senão o de um servo. Esse é o seu trabalho, e que seja este seu único propósito e a sua oração.Deus é fiel. Tão certo quanto a água sempre procura e preenche o lugar mais baixo, do mesmo modo ocorre no momento em que Deus encontra a criatura humilde e vazia: Sua glória e poder fluem para exaltar e abençoar. Aquele que se humilha – e este deve ser o nosso único cuidado – será exaltado. O descanso é preocupação de Deus e, por Seu poder e no Seu grande amor, Ele o trará.
Os homens às vezes falam como se a humildade e a mansidão nos roubasse o que é nobre, ousado e viril. Ah, que creiamos que ser humilde é a nobreza do reino dos céus, e que este é o verdadeiro espírito mostrado pelo próprio Rei do céu! Que humilhar-se e tornar-se o servo de todos seja tornar-se semelhante a Deus! Este é o caminho para a alegria e a glória da presença de Cristo sempre presente em nós, de Seu poder incansável em nós.
Jesus, manso e humilde, nos convida a aprender Dele o caminho para Deus. Vamos meditar sobre as palavras que temos lido até que o nosso coração esteja cheio com o pensamento: “Minha única necessidade é a humildade”.
E creiamos que o que Jesus mostra Ele dá. E o que Ele é, Ele transmite para nós. Como o manso e humilde Jesus, Ele virá e habitará em cada coração humano que por Ele anseia.
Vou dar a você, agora, um conselho infalível. Com toda a força do seu coração, permaneça, por todo esse mês, continuamente, conforme as tuas possibilidades, em oração a Deus, da seguinte forma: peça a Ele para se dar a conhecer a você, e tirar de seu coração toda a forma e grau de orgulho, seja ela de espíritos malignos ou de sua própria natureza corrupta. Ore para que Ele desperte em você a maior profundidade e verdade daquela humildade que pode torná-lo habilitado à Sua luz e ao Seu Santo Espírito.
E quando o Cordeiro de Deus trouxer a lume um nascimento real da Sua própria mansidão, humildade e renúncia total a Deus em sua alma, então haverá o nascimento do amoroso Espírito dentro de você. Em seguida, sua alma será preenchida com muita paz e alegria em Deus, e esta nova vida vai apagar até mesmo a lembrança do que você sentia como sendo paz e alegria, antes disso acontecer.
| Autor: Andrew Murray | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |