ABORTO é questão de saúde pública ou de polícia?


         Um dos mais inconsistentes argumentos apresentados pelos abortistas é o de que o aborto é uma questão de saúde pública e, por isso, deve ser liberado totalmente.
         Esse é o argumento de quem deseja desviar a atenção do foco do problema. Uma das diretrizes do Plano Nacional de Direitos Humanos – o PNDH-3 -, assinado pelo Governo, objetiva “apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”.
         Nota-se o quanto esse Plano contraria os princípios do Cristianismo. O Brasil quer se igualar às nações onde abortar não é crime. Esses países, juntos, já produziram um bilhão e duzentos milhões de assassinatos de crianças não nascidas. Isso é modernidade?
         No Brasil, dá-se algo curioso. Apesar dos milhões de abortos provocados, não há uma só mulher, um só médico em prisão. Se abortar, não será presa; se matar a criança logo após o nascimento, responderá por crime de homicídio. Qual a diferença?
         Voltemos à questão da “saúde pública”. Em defesa dessa tese, alegam, sem mostrar estatística confiável, que muitas mulheres morrem porque abortam em clínicas clandestinas. Não. Morrem e sofrem porque praticam o que é contrário à Natureza. As crianças que estão no ventre materno são predestinadas à vida, e não à morte. Os hipócritas abortistas escondem a verdade. A verdade é que o controle da natalidade se torna mais fácil através do aborto; a verdade é que muitas clínicas, com o foco na imensa clientela, torcem para que haja a descriminalização.
         Questão de saúde pública? E a saúde do feto? Curioso também é que há planos de assistência às mães gestantes, a fim de garantir o desenvolvimento do feto até vir à luz, e plano para interromper a gravidez pela eliminação da criança por nascer. Incoerência, no mínimo.
         Aborto é questão de morte e de polícia; é infanticídio qualificado; é crime cometido com requintes de crueldade contra pessoas indefesas. Todavia, muitas pessoas que freqüentam templos religiosos e se autodenominam cristãs permitem que lhe empurrem goela abaixo os argumentos contrários à vida, provindos de facções ateístas.
         A mulher deve ter autonomia para fazer o que bem entender com seu corpo: mudar a cor dos cabelos, a cor da pele, furar as orelhas e enche-las de argolas. Mas não tem o direito de tirar a vida do ser formado no seu ventre. Não é dona absoluta da criança em desenvolvimento. O seu filho não é parte integrante do seu corpo. Pode decidir sobre o seu corpo, mas não sobre o corpo de outra pessoa.
         Para os que aceitam sem contestar tais ataques aos princípios cristãos, Paulo tem uma palavra:
 
“... os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem” (Rm 1.32).

         A falida matriz ideológica da extinta União Soviética, como lavras incandescentes de um vulcão em extinção, continua a produzir monstrengos. Gerou a Fidel que gerou a Hugo Chavez, e assim por diante. Em que estágio dessa caminhada o Brasil se encontra? Os passos da Esquerda são sutis, porém progressivos. Por um momento, parecem recuar. Engano. Não se desviam do alvo. Há quantos anos a Esquerda ateísta tenta aprovar o projeto de liberação do aborto? Não desanimaram. Tentam faze-lo agora via Plano de Direitos Humanos.
         Os que defendem a vida, o fortalecimento da democracia e os princípios cristãos estarão sempre na vanguarda com suas bandeiras santas.

Autor: Airton da Costa