Consumismo

Por que tanta gente gasta mais do que pode?


Às vezes, nem parece que gastamos tanto. Só quando as faturas chegam é que nos deparamos com o tamanho da dívida. E pior, maior do que o orçamento do mês. Entre os principais vilões estão o apelo da mídia e o cartão de crédito, que somados a fatores psicológicos, resultam no que conhecemos como consumismo.

O termo significa consumo exagerado, desequilíbrio. O psicanalista e pastor Ronald da Silva Rezende explica que muitas vezes as pessoas consomem como um mecanismo de auto-afirmação, como um símbolo de poder ou conquista. Outras agem assim como forma de compensar uma perda, em que a compra do bem ou serviço funciona como resgate. “É como se a pessoa tivesse retomando o que perdeu ao comprar”.

Isso tudo é movido muitas vezes pela ansiedade. “Ela que nos desloca para a ação exagerada de comprar, seja de comida, de bens ou produtos. Isso pode ser eventual ou permanente. Se não passar, será necessário um cuidado psicológico ou psicanalítico, já que esse problema se encontra no inconsciente, a pessoa não tem consciência do ato, acha que faz isso como algo normal”, explica o psicanalista.

Pastor Ronald ressalta também que isso deve ser tratado por um profissional comprometido com a Palavra de Deus, que vai unir o conhecimento científico e a Palavra.

Cartão de crédito: aliado do consumismo

O cartão de crédito engana nosso cérebro. Segundo o neuroeconomista George Loewenstein, da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, duas regiões no cérebro competem quando estamos pensando em comprar alguma coisa. O Núcleo Accumbens (NAcc), associado a sensações boas e a ínsula associada a dor e a perda.

Os cartões distorcem essa competição entre as partes do cérebro. Porque, quando você paga com eles, a ínsula fica inativa, não faz nada para conter a empolgação do NAcc.

De acordo com o professor e consultor da área de finanças da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Gabriel Martins de Araujo Filho, outra causa do alto consumo é se render aos apelos da mídia. "Um exemplo é dar celular para crianças, sem existir necessidade. A educação cristã é responsabilidade dos pais. Quando oferecemos tudo o que a criança quer, estamos transformando-a num adulto consumista”, alerta o consultor.

Outro problema é que algumas pessoas querem antecipar sonhos e pagam juros altos por isso. “Antes de me casar, fiquei andando um ano de ônibus, pois vendi meu carro para quitar o apartamento. Só comprei o carro quando pude. Não quis antecipar o sonho. Eu preferi esperar e comprar à vista”, exemplifica o professor.

Mas o consultor destaca que também existem poupadores em exagero. “Muitos cristãos estão vivendo mais para o dinheiro do que para Deus”. Em Eclesiastes 5.10 está escrito: “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda”.

E o consultor Gabriel Filho separou 10 dicas para você diminuir o consumismo:

1. Estar em paz com Deus e entregar o dízimo (ser mordomo de Deus)
2. Tratar a ansiedade, caso seja diagnosticada por um médico ou psicólogo
3. Trabalhar com metas orçamentárias
4. Adiar as compras desnecessárias
5. Comprar sempre à vista
6. Deixar para comprar no dia seguinte (apenas olhe os produtos e estude)
7. Não levar o cartão de crédito quando for ao shopping
8. Calcular bem as perdas para compras a prazo (juros)
9. Comparar preço e qualidade do produto
10. Encontrar o prazer das coisas simples: família, amigos, natureza, música, etc.

Autor: Lorena Fraga
Redação CPAD News