Reflexão Guardemos Nossa Boca


         ERA UMA VEZ (esta é uma história que pode ser verdadeira) certo membro de uma denominação evangélica que era conhecido por fazer muitas fofocas e dizer meias verdades (tipo "eu aumento mas não invento"). Certo dia sua consciência doeu e ele foi falar com o pastor para pedir ajuda.
         - Eu quero me retratar - ele disse. - Eu quero reparar todas as coisas ruins que eu disse e quero fazer as pazes com Deus e com meus irmãos, além de pedir perdão por tudo o que eu falei.
         O pastor pediu que ele o aguardasse fora da igreja, e foi até seu escritório e pegou um travesseiro de penas.  Chegou perto do fofoqueiro e cortou o travesseiro com uma faca, deixando que todas as penas voassem pelo ar.  Então disse ao homem que recolhesse todas as penas.  Depois de horas de tentativas sem sucesso, o homem, frustrado,  retornou ao pastor que lhe disse:
        - Depois que as palavras saem da nossa boca, são como penas voando ao vento.  Não adianta as suas boas intenções em recolher de volta todas as palavras ferinas que foram ditas, pois isso simplesmente não pode ser feito.
         O teste de validade de toda e qualquer conversa é: as palavras que estão sendo ditas são realmente verdadeiras? elas são necessárias? são gentis? elas glorificam a Deus? Se sua conversa não está de acordo com este critério, então é preciso mudar as palavras. A mudança está realmente sob o nosso controle, pois a boca somente fala as palavras que o nosso cérebro permite que sejam ditas.
         Um homem segundo o coração de Deus, Davi, disse:
 
"Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios"  (Salmo 141.3).
        Davi estava pedindo ajuda a Deus para controlar as palavras que saíam de sua boca "para não pecar com a língua". Ele também prometeu: "Porei mordaça à minha boca" (Salmo 39.1).
         Aquilo que é dito tem muito poder.
 
"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto" (Provérbios 18.21).
         Ao justapor duas alternativas radicais - vida e morte - as Escrituras nos dizem qual efeito podemos causar aos outros.  Através de palavras difamatórias, podemos destruir todo o bem que uma pessoa tenha feito (a maioria das pessoas internadas em sanatórios que o digam) ou inalar nova vida em outra pessoa ao falar palavras de esperança e encorajamento.
         A mais poderosa responsabilidade da boca é responder ao chamado da salvação. A salvação é para todos?  Não, ela é apenas para aqueles que confessam com a boca que Jesus é Senhor e com o coração crêem que Deus o ressuscitou dos mortos. A expressão "se dissermos" está registrada em diversas passagens bíblicas, porque aquilo que dizemos controla o nosso destino física, espiritual e eternamente.
          Quando você se levanta cedinho, o que você diz? - "Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele", ou, "Caramba, mais um dia de trabalho - que droga"?
          Deus vai cobrar de nós a responsabilidade por todas as palavras no Dia do Juízo.
 
"Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12.36-37).

         É, meu amigo, tal qual penas ao vento, nossas palavras não podem ser recolhidas de volta depois de terem saído de nossa boca.
         Precisamos colocar guarda em nossa boca.

Autor: Adail Campelo