Reflexão As Promoções de Um Anjo


O Arcanjo Miguel na Grande Tribulação


Querido leitor,
Afinal de contas, qual a profecia mais complexa de Daniel? Antes que você ache a resposta, gostaria de convidá-lo a acompanhar-me nalgumas reflexões sobre um personagem que, na Grande Tribulação, terá uma atuação decisiva. Seu nome aparece apenas cinco vezes na Bíblia. Em todas elas, porém, mostrou-se forte e bravo.

Refiro-me a Miguel, o reverente e zeloso arcanjo.

Um nome teológico

No hebraico, Miguel revela um significado altamente teológico. Todas as vezes que lhe pronunciamos o nome, perguntamos: “Quem é como Deus?” E, assim, somos induzidos a refletir acerca das grandezas, bondades e excelências do Criador.

Seu nome é um grande e insondável tratado de teologia.

Apesar de seu poder singular, Miguel é apenas um servo. Ele não pode ser adorado, nem admite tal coisa. Junta-se, todavia, aos santos na adoração ao Senhor dos Exércitos. Aliás, invocar os anjos também é idolatria (Cl 2.18). Somente Deus é digno de toda adoração e louvor.

Um anjo que cresce em serviço

Os poucos versículos referentes a Miguel mostram que ele evoluiu tanto em serviço, quanto em devoções. Vejamos, pois, os seus títulos e cargos.

a) Miguel, um dos primeiros príncipes. A primeira aparição de Miguel dá-se numa guerra, envolvendo seres celestes. De um lado, os anjos de Deus; do outro, os de Satanás. Ele entra no combate para auxiliar um mensageiro divino que levava uma profecia a Daniel. É o que narra o texto sagrado: “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia” (Dn 10.13).

Nesse tempo, Miguel ainda não era arcanjo. Era, apenas, um príncipe entre outros príncipes.

b) Miguel, o vosso príncipe. Em sua segunda aparição, Miguel é citado com um título mais elevado. Agora, o texto sagrado nobilita-o como o guardião dos filhos de Israel. É o que entendo desta passagem: “Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe” (Dn 10.21).

De ambos os versículos, depreende-se que Miguel, em virtude de sua coragem, amor e espírito voluntário, foi promovido em plena guerra. Isso mostra que a história dos anjos não é estática; é tão dinâmica quanto a nossa. Embora já santos e eleitos, são passíveis de aperfeiçoamento. E, a cada instância da História da Salvação, aperfeiçoam-se.

O contrário ocorre com Satanás e seus anjos. Quanto mais se aproxima o seu fim, piores se tornam.

c) Miguel, o grande príncipe. Em sua última aparição, no Antigo Testamento, encontramo-lo como o mais sublime dos anjos. O texto bíblico não deixa qualquer dúvida quanto à sua elevada posição: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro” (Dn 12.1).

No início, Miguel era apenas um dos primeiros príncipes. Em seguida, aparece como o “vosso príncipe”. Mas, agora, é destacado para lutar pelos judeus na Grande Tribulação. E, para essa tarefa, é promovido à grande príncipe. Todavia, ainda não carrega o título de arcanjo. Isso só acontecerá no Novo Testamento.

d) Miguel, arcanjo. Literalmente, a palavra “arcanjo” significa principal entre os anjos. Logo, só pode haver um arcanjo. Por que Miguel, agora, recebe semelhante honraria? Não lhe era suficiente ser reconhecido como o grande príncipe?

Se me for permitido, darei a minha opinião.

Ele recebeu tal epíteto por ter sido escolhido para estrugir a trombeta do arrebatamento da Igreja. Assim escreve o apóstolo Paulo: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.16,17).

A partir daí, Miguel é destacado como o arcanjo de Deus. Vejamos o que Judas, irmão de Tiago, escreve acerca do grande príncipe: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!” (Jd 9).

Futuramente, querendo Deus, trataremos particularmente desse versículo. Por enquanto, vejamos a atuação de Miguel na Grande Tribulação.

e) Simplesmente, Miguel. Ele foi distinguido de tal forma que, em sua última aparição no texto sagrado, é apresentado simplesmente como Miguel. Seu nome é basta para amedrontar os adversários de Deus. Ao discorrer sobre a angústia dos judeus na Grande Tribulação, o Evangelista descreve uma formidável batalha nas regiões celestes: “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Ap 12.7-9).

Conclusão
Qual a razão dessa batalha? Por que foi necessário que o arcanjo interviesse em favor dos filhos de Israel? É o que veremos, com a ajuda de Deus, na próxima semana. Enquanto isto, leia com atenção o capítulo 11 de Apocalipse. Dentro em breve, investigaremos também a identidade das duas testemunhas. Quem são elas? Você sabe?

Obrigado por acompanhar-me nessas meditações.

| Autor: Pastor Claudionor de Andrade | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |