Atos dos Apóstolos - Parte 1
Atos: histórico, teológico, apologético e missiológico
O livro de Atos dos Apóstolos é uma obra histórica, teológica, apologética e missiológica. Se não, vejamos.
1) Histórico - O objetivo de Lucas, em Atos dos Apóstolos, é historiar os eventos que se sucederam na Igreja e através da Igreja, destacando sempre a Igreja de Cristo como a agência por excelência do Reino de Deus. Seu relato vai da ascensão de Jesus, no Monte das Oliveiras, até à prisão domiciliar de Paulo, em Roma. O autor revela, de maneira bem clara o seu objetivo:
“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.1-8).
A historiografia lucana é científica. Fruto de ampla pesquisa, revela-se metódica e expõe-se sistemática. Ele jamais se contentou com fontes que não fossem primárias. Além de escrever a história da Igreja Primitiva, desta mesma história participou. Ele oculta-se na majestade da segunda pessoa do plural, para revelar a singularidade da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo na vida de seus apóstolos e evangelistas.
2) Teológico - Ao fazer história, Lucas dá-se a conhecer como grande e sublimado teólogo. A teologia vai aparecendo em sua obra de forma progressiva, observando sempre o ritmo de sua narrativa. Assim, realça ele o Reino de Deus através da Igreja no poder do Espírito Santo. Não era a sua intenção elaborar um tratado teológico. Mas, ao narrar as ações dos apóstolos do Cristo, fez-se teólogo. Como dissociar a História Sagrada da teologia bíblica e cristocêntrica?
3) Apologético - Os Atos dos Apóstolos são também um livro apologético. Em primeiro lugar, os discípulos de Jesus defenderam as verdades cristãs diante das autoridades judaicas que, de forma blasfema e arbitrária, tudo fizeram por matar a Igreja em seu nascedouro. Tendo em vista tal ameaça, o Espírito Santo instrumentalizou a Pedro e a João como os dois primeiros apologetas da Igreja (At 4.1-30). Em seguida, levanta o diácono Estevão que apresenta, diante dos mesmos potentados, uma brilhantíssima apologia de Nosso Senhor Jesus Cristo como o Cristo profetizado no Antigo Testamento (At 7).
Doutor dos gentios, o apóstolo Paulo faz seguidas defesas do Cristianismo diante dos gentios, realçando duas grandes doutrinas: o monoteísmo e a soteriologia cristológica. Haja vista o seu discurso no Areópago diante dos filósofos estóicos e epicureus (At 17.1-30). Esse pronunciamento pode ser considerado o mais perfeito enunciado do verdadeiro conhecimento de Deus.
4) Missiológico - Apesar de missionário, os Atos dos Apóstolos não são um tratado missiológico. Lucas, porém, ao narrar os primeiros empreendimentos evangelizadores da Igreja Cristã, deixa bem patente que aquela geração de crentes tinha em si, já bastante cristalizada, uma teologia de missões. Evangelizar, para eles, não era apenas uma demanda teológica, mas uma questão de obediência ao Senhor ressurreto e assunto.
Os cristãos primitivos não faziam distinção entre missões nacionais e estrangeiras. Tendo diante de si a Grande Comissão que nos confiou o Cristo, puseram-se a proclamar ousadamente o Evangelho em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria. Ignorando fronteiras, quer étnicas, quer culturais, chegaram aos extremos do mundo até então geografado.
Para os cristãos de Atos dos Apóstolos, a missiologia não se acomodava no âmbito da teoria, mas dinamizava-se numa prática que levava a Igreja a forçar as portas do inferno através da proclamação do Evangelho de Cristo.
O livro de Atos dos Apóstolos é uma obra histórica, teológica, apologética e missiológica. Se não, vejamos.
1) Histórico - O objetivo de Lucas, em Atos dos Apóstolos, é historiar os eventos que se sucederam na Igreja e através da Igreja, destacando sempre a Igreja de Cristo como a agência por excelência do Reino de Deus. Seu relato vai da ascensão de Jesus, no Monte das Oliveiras, até à prisão domiciliar de Paulo, em Roma. O autor revela, de maneira bem clara o seu objetivo:
“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.1-8).
A historiografia lucana é científica. Fruto de ampla pesquisa, revela-se metódica e expõe-se sistemática. Ele jamais se contentou com fontes que não fossem primárias. Além de escrever a história da Igreja Primitiva, desta mesma história participou. Ele oculta-se na majestade da segunda pessoa do plural, para revelar a singularidade da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo na vida de seus apóstolos e evangelistas.
2) Teológico - Ao fazer história, Lucas dá-se a conhecer como grande e sublimado teólogo. A teologia vai aparecendo em sua obra de forma progressiva, observando sempre o ritmo de sua narrativa. Assim, realça ele o Reino de Deus através da Igreja no poder do Espírito Santo. Não era a sua intenção elaborar um tratado teológico. Mas, ao narrar as ações dos apóstolos do Cristo, fez-se teólogo. Como dissociar a História Sagrada da teologia bíblica e cristocêntrica?
3) Apologético - Os Atos dos Apóstolos são também um livro apologético. Em primeiro lugar, os discípulos de Jesus defenderam as verdades cristãs diante das autoridades judaicas que, de forma blasfema e arbitrária, tudo fizeram por matar a Igreja em seu nascedouro. Tendo em vista tal ameaça, o Espírito Santo instrumentalizou a Pedro e a João como os dois primeiros apologetas da Igreja (At 4.1-30). Em seguida, levanta o diácono Estevão que apresenta, diante dos mesmos potentados, uma brilhantíssima apologia de Nosso Senhor Jesus Cristo como o Cristo profetizado no Antigo Testamento (At 7).
Doutor dos gentios, o apóstolo Paulo faz seguidas defesas do Cristianismo diante dos gentios, realçando duas grandes doutrinas: o monoteísmo e a soteriologia cristológica. Haja vista o seu discurso no Areópago diante dos filósofos estóicos e epicureus (At 17.1-30). Esse pronunciamento pode ser considerado o mais perfeito enunciado do verdadeiro conhecimento de Deus.
4) Missiológico - Apesar de missionário, os Atos dos Apóstolos não são um tratado missiológico. Lucas, porém, ao narrar os primeiros empreendimentos evangelizadores da Igreja Cristã, deixa bem patente que aquela geração de crentes tinha em si, já bastante cristalizada, uma teologia de missões. Evangelizar, para eles, não era apenas uma demanda teológica, mas uma questão de obediência ao Senhor ressurreto e assunto.
Os cristãos primitivos não faziam distinção entre missões nacionais e estrangeiras. Tendo diante de si a Grande Comissão que nos confiou o Cristo, puseram-se a proclamar ousadamente o Evangelho em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria. Ignorando fronteiras, quer étnicas, quer culturais, chegaram aos extremos do mundo até então geografado.
Para os cristãos de Atos dos Apóstolos, a missiologia não se acomodava no âmbito da teoria, mas dinamizava-se numa prática que levava a Igreja a forçar as portas do inferno através da proclamação do Evangelho de Cristo.
| Autor: Pr. Claudionor de Andrade | Divulgação: estudosgospel.Com.BR |