Estudo Evangelização na Internet,
Conquistando Discípulos Para o Reino


- Pedro, você já digitou as mensagens para o grupo de jovens de Betânia?
- Sim, Mestre, enviei por e-mail hoje cedo e recebi alguns testemunhos de cura de doenças e restauração de ânimos.
- Tiago, precisamos agendar um curso de blog para o pessoal em Emaús, eles estão bem dispostos a evangelizar além de suas fronteiras.
- Senhor, não podemos esquecer de alertar os discípulos sobre as armadilhas da internet, diz João.
- Verdade, João, as sete igrejas principalmente.

Esse é um diálogo fictício entre Jesus e os discípulos retratando a evangelização na era da internet. Um universo que cresce a uma velocidade incrível, fazendo parte do cotidiano de 82,4 milhões de brasileiros e de 2 bilhões de usuários em todo o mundo, e enquanto você lê os números dessa estatística ela já cresceu. Nunca nenhuma invenção no campo das comunicações conquistou público tão numeroso em curto espaço de tempo. Se o telefone convencional levou em média 13 anos para alcançar 50 milhões de usuários, a internet alcançou essa mesma marca em apenas quatro. Diversidade de informação, agilidade e alcance são algumas das vantagens da rede que pode ser acessada a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer lugar do planeta!

Criada com objetivos militares em plena Guerra Fria, nas décadas de 70 e 80, a internet serviu de estratégia às forças armadas norte-americanas, era preciso ter algo que assegurasse a comunicação, caso os meios convencionais como rádio e TV fossem destruídos. O boom da invenção, contudo, aconteceu na década de 90 quando estudantes e professores universitários descobriram que através de alguns cliques no mouse poderiam enriquecer seus conhecimentos. Nessa época ainda não era possível renovar os ânimos lendo devocionais matutinos ou mensagens inspiradas em blogs cristãos. A verdade é que os cristãos resistiram um pouco à “nova mania” que de perto e de longe, parecia concorrer com o ideal de vida cristã, afinal passar tempo em frente a tela de um computador poderia desvirtuar a comunhão, roubar o tempo, atrapalhar os relacionamentos e corromper a fé. Todos esses medos ainda permeiam o meio cristão, que hoje é bem mais consciente de que os perigos existem tanto na esfera virtual quanto física e real. À semelhança do planeta Terra, a internet é um mundo de coisas boas e ruins onde a consciência dirige nossas escolhas, o bem e o mal estão a distância de um clique.

E de clique em clique, o mundo se mobiliza de forma diferente depois do surgimento da internet: empresas focam seu marketing baseadas na interatividade e comportamento dos consumidores, pessoas anônimas viram estrelas do dia para a noite, a informação pode ser oferecida em tempo real, sem limite de fronteiras (vencendo emissoras de TV, rádio e imprensa escrita), a pesquisa virtual também tem substituído as tradicionais enciclopédias, enfim, poderíamos relacionar muitas adaptações sociais ocorridas pós-surgimento da internet, contudo é impossível enumerá-las devido à vastidão do universo de coisas criadas e reformuladas.

Reformuladas também foram as formas de apregoar as Boas Novas do Evangelho considerando a era da escala mundial que interliga milhões de computadores. A Associação Evangelística Billy Graham, conhecida mundialmente desde 1950, tinha como uma de suas estratégias mais eficazes a realização de cruzadas que conduziam milhares de pessoas de todas as nacionalidades a Cristo Jesus. Com o advento da internet, o famoso ministério de um dos maiores evangelistas dos últimos tempos foi modificado: investir em evangelismo via internet é atualmente e desde 2009 a principal meta. Esse relato comprova o quanto o mundo se adequa às necessidades geradas pelo surgimento da internet. A inserção ao mundo digital faz parte da estratégia de crescimento de toda e qualquer instituição moderna.

“E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, acessou um blog que falava de Jesus, creu em Sua Palavra e foi curada. Porque dizia consigo: se eu tão somente crer que Jesus é vivo e real, ficarei sã” Mt 9:20,21 (adaptação com ficção)

A igreja evangélica é uma instituição de caráter físico e espiritual que desde seus primórdios fez uso de todos os meios de comunicação possíveis e até impossíveis para transmitir as Boas Novas do Evangelho. No livro de Atos dos apóstolos encontra-se o relato de um encontro entre o discípulo de Jesus chamado Filipe e o eunuco, mordomo-mor de Candance (Atos 8:25-40). O mordomo lia a Palavra de Deus e não compreendia, tinha fé, mas não a havia despertado tão somente por falta de alguém que lhe comunicasse as Boas novas da salvação, e eis que Deus promove o encontro dos dois homens. O mordomo ouve, acredita, se arrepende, se batiza e é salvo! E depois de tudo, Deus transporta Filipe pelos ares em forma de arrebatamento! Deus usa o arrebatamento para levar Filipe de um lugar a outro para ministrar a Palavra e faz com que ele chegue até o eunuco na hora exata da leitura das Escrituras. Isso não é fantástico?

Imaginemos essa maravilhosa passagem Bíblica adaptada para os tempos de internet.
“E o mordomo-mor de Candance, tinha ido a Jerusalém adorar e assentado em seu carro, abriu seu notebook conectado a um modem 3g e acessando a Bíblia online, lia o livro do profeta Isaías, parando no capitulo 53 que falava de um Cordeiro mudo e inocente que fora sacrificado para trazer vida à terra, ficou curioso para saber de que se tratava. Pesquisando no Google encontrou o blog de um cristão chamado Filipe que de forma simples e profunda explicou que o Cordeiro era Jesus, filho de Deus, o Messias Salvador, todo o que Nele cresse seria salvo. O mordomo creu, a mensagem de Filipe foi como bálsamo para seu ser. O mordomo fecha seu notebook e sai em direção ao Rio Jordão para ser batizado. E Deus transporta Filipe a outros corações através da rede mundial de computadores” Atos 8: 25-40. (adaptação com ficção)

Evangelizar significa propagar as Boas Novas do Evangelho, fazer missões, e cada discípulo que se propõe a realizar esse trabalho por vocação, chamado e amor ao Reino de Deus é assim como aquele semeador da parábola de Jesus que espalha sementes em vários tipos de solos sem saber qual semente prosperará. Evangelizar através da internet é esse campo que alcança milhões de vidas, mas o evangelista não tem noção de quantas vidas serão alcançadas por sua mensagem. Não se sabe em que lugar do globo terrestre a semente irá germinar, e se isso é motivo de alegria para alguns blogueiros evangélicos, é motivo de desânimo para outros que gostariam de apalpar os frutos de sua labuta. Muitos desistem como soldados feridos em combate, por não enxergarem o medidor de acessos contabilizar centenas ou milhares de visitas; outros, por não receberem comentários em seus artigos, e assim a blogosfera evangélica se desfalca.

Comecei a blogar em Dezembro de 2007, tinha em meu coração um fervor diário por falar do amor de Jesus. Havia me convertido em 2003, após perder a visão do olho direito (recuperei a visão após transplante de córnea em 2011) e tão logo me tornei cristã, recebi a missão de ser professora da classe de senhoras de uma tradicional igreja Batista no litoral do Piauí. Não tive dúvidas de que Deus havia me comissionado para o ensino de Sua Palavra, mas nossa família mudou de cidade, viemos para Teresina em 2005 e como novata na igreja local, não encontrei ministério para atuar. Frustrada e triste, me contentava em escrever mensagens em casa, em alguns cadernos que ainda hoje guardo como lembrança. Foi meu esposo Franklin quem teve a ideia de criar um blog para que eu pudesse publicar as mensagens. O blog A Tenda na Rocha foi um presente de Natal de meu esposo que queria me deixar mais feliz, e assim, após alguns anos de criado, Deus prosperou o que considero um ministério virtual. Um livro com artigos do blog foi publicado nacionalmente pela Editora Oxigênio, esgotando em pouco mais de dois meses. Uma segunda tiragem foi feita pela editora Novo Século. O livro do blog, intitulado Às Margens do Quebar está indo muito bem, para glória de Deus!

Esses são alguns frutos de anos de trabalho dedicados a publicação de artigos no blog. Seria muita pretensão de minha parte dizer que sou boa no que faço, ao invés disso escolho pronunciar a argumentação do filosofo Sócrates: “só sei que nada sei”, porque enquanto houver vontade e disposição em aprender e vencer as limitações de toda sorte (tempo, escrita, criatividade, interatividade e outras), continuarei caminhando. E se é verdade que vencedor não é aquele que chega primeiro, mas o que nunca desiste, eis-me aqui. E eis-nos aqui.

E para você que lê esse artigo, blogueiro ou não, quero dizer que através de minha experiência aprendi que o caminho do reconhecimento é construído dia após dia. Se persistimos com determinação, paixão, zelo e sobretudo com a benção de Deus que se alegra em nós quando nos alegramos Nele, uma hora se colhe os frutos. E mais: os frutos serão apenas uma amostra, porque Deus faz através de nós muito mais do que podemos ver, ouvir ou falar. Evangelizar através da internet não nos dá dimensão exata, nem mesmo inexata, de nosso trabalho, mas quão grandioso será encontrar na glória pessoas que chegaram ao conhecimento de Cristo Jesus através de algo que publicamos, do nosso testemunho!

“Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e a igreja que está em sua casa. E quando esse e-mail tiver sido lido por vós, repasse-o a toda igreja” Colossenses 3:15-16 (adaptação com ficção)

Diversidade de Conteúdo

Expus alguns dos motivos pelos quais é tão importante publicar conteúdo cristão na internet. Falamos de blog, mas ainda existem outros meios a serem utilizados na pregação do Evangelho via rede de computadores:

- Folhetos virtuais
- Programas de rádio e TV via internet
- Produção de vídeos
- Slides
- Publicação de livros evangelísticos em formato virtual
Entre outros.

Devocionais e estudos Bíblicos, compõem a maioria do conteúdo dos blogs evangélicos na atualidade, mas é possível diversificar e inovar na publicação de conteúdos com:

- Charges
- Quadrinhos
- Ministério de dança
- Teatro
- Artesanato
- e infantil que abarca grande variedade de assuntos: historinhas bíblicas, confecção de aulas para EBD, passatempos, desenhos, etc.

O advento dos blogs revolucionou a imprensa. É possível encontrar pessoas “anônimas” desenvolvendo excelentes trabalhos, são revelações que vieram à tona graças à liberdade concedida pela internet e assim cresce quem publica e quem acessa o material publicado.

Manter um blog evangélico é levar as Boas Novas do Evangelho a lugares que jamais teríamos condições de ir fisicamente, porém lá estamos virtualmente. Nos lugares mais longínquos onde houver condições de acesso a internet, vidas podem ser restauradas, salvas, curadas pela mensagem de um blogueiro cristão. Em uma pequena ilha do pacífico, à distancia de um clique, alguém poderá ter suas lágrimas enxugadas, seu riso de volta, pela alegria de compreender e receber Jesus em seu coração. Assim como aconteceu com o relato de Filipe e o mordomo-mor de Candance em Atos 8.

Em minha trajetória de blogueira cristã, tenho tido a satisfação de ver Deus agir através de simples escritos. O blog a Tenda na Rocha, que inicialmente contabilizava apenas dezenas de acessos, cresceu e já são milhares de pessoas que diariamente leem as mensagens ali publicadas, e o mais importante: testemunham sobre o mover de Deus em suas vidas. Um dos casos que muito me marcou foi o de uma senhora residente no município de Boa Hora - Piauí. Ela padecia de depressão grave, desejo de morte e apatia, em tratamento com psicólogos e psiquiatras, sem sucesso. Após ler o livro do blog Às Margens do Quebar, um artigo intitulado “A Depressão do Profeta Elias”, ela disse que algo mudou dentro dela: “Puxa, Elias era amado por Deus e teve depressão? Então Deus me ama?”. Parte de sua tristeza vinha de pensar que Deus não a amava. Ao terminar a leitura do livro, ficou absolutamente curada. Jesus a curou! Eis os frutos do trabalho de um blogueiro cristão: vidas, que não se podem comprar, mas que foram resgatadas pelo sangue precioso de Jesus. E nós somos ministros do Evangelho em uma era que a comunicação virtual clama por obreiros. Afinal de contas, existe todo um acervo de pornografia e outros males disponíveis gratuitamente a qualquer hora do dia para quem quiser. À distância de um clique o mundo navega entre paz e guerra, céu e inferno.

Internet e Pandora

Em metáfora, pode-se ainda comparar a internet com a caixa de Pandora, objeto da mitologia grega, ligado à mulher de mesmo nome. Pandora foi a primeira mulher criada por Zeus, em sua companhia estava sempre uma caixa – Bela por fora, mas repleta de males por dentro – Pandora, não resistindo à curiosidade, abre a caixa liberando todos os males, mas miraculosamente havia um dom na caixa: a esperança, ela estava no finalzinho, bem no fundo. Assim, depois de liberados todos os males, restou a esperança e através dela tudo o mais poderia voltar à ter boa vida.

A internet é essa caixa: atraente e bela, contendo bem e mal. Se o bem, em forma de esperança não age no ambiente virtual, tudo o mais fica contaminado. E que se diga: bem é Deus, Evangelho e tudo o mais que proporciona crescimento saudável na vida dos internautas. O bem chega de forma diversa, por pessoas que têm em si o desejo de transformar o mundo em um lugar melhor. Chega através de pessoas que se empenham não apenas por serem vistas, mas por serem ouvidas pelo que pensam, e esse pensar sendo capaz de mudar o cotidiano para melhor.

Não posso concluir esse artigo sem falar da importância que tem para um blogueiro cristão ser autêntico e ético em todo o conteúdo disponível em seu blog. Opinião própria gera autenticidade: deixe sua marca registrada na blogosfera.

| Autor: Wilma Rejane | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |